Terceiro reator nuclear reativado no Japão já começa a gerar energia

Embora esteja em faze de testes, o reator já está gerando energia a partir do uso de MOX, um combustível à base de plutônio e urânio.
Usina de Takahama Foto Wikimedia Commons 900x600 01 02 2016
Usina de Takahama / ©Media Commons

A Companhia de Energia Elétrica de Kansai informou que o recém reativado reator na usina nuclear de Takahama, na província de Fukui, começou a gerar energia nesta segunda-feira (1). A unidade 3 da central nuclear foi reativado na última sexta-feira, quando tornou-se o terceiro a retomar suas operações após o acidente no complexo nuclear em Fukushima, em março de 2011, o que provocou o fechamento de todas as usinas nucleares no país a partir de setembro de 2013.

Embora esteja em faze de testes, o reator já está gerando energia a partir do MOX, um combustível à base de plutônio e urânio. É a primeira vez que o reator utiliza esse tipo de combustível como fonte de alimentação.

A retomada da exploração comercial gerada pela unidade na central de Takahama, localizada na região de Kansai, no centro-oeste do Japão, deverá ocorrer no fim de fevereiro, depois de um aumento gradual da potência e de uma verificação do bom funcionamento da instalação por parte da Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA, sigla em inglês), informou a operadora em comunicado.

O reator 3 da central atômica de Takahama foi reativado às 17h locais de sexta-feira (29). Sua retomada representa a terceira unidade a ser reativada no país, após as unidades 1 e 2 da usina de Sendai, em Kagoshima, no sul do Japão.

Kansai é a região onde existe a maior concentração de centrais nucleares no Japão. Ao todo, são catorze unidades.

Crise nuclear
Todos os reatores operantes no país foram interrompidos por causa do acidente nuclear na usina Fukushima Daiichi, provocado pelo gigantesco tsunami gerado após o poderoso terremoto de 9 graus em 11 de março de 2011, que devastou parte do nordeste japonês.

O acidente em Fukushima gerou a pior crise nuclear mundial desde a ocorrida em Chernobyl, em 1986.

Depois da tragédia, Japão passou a adotar um sistema de segurança mais rígido de segurança. Para tanto, foi criado a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão.

O reator 1 em Sendai foi o primeiro a superar os novos requerimentos mais rígidos em matéria de segurança, sendo reativado em agosto do ano passado. A segunda unidade de fusão da usina, cuja reativação ocorreu em outubro de 2015, também superou o exame, da mesma forma que dois reatores da usina de Takahama, sendo que um já está operante.

O Japão tinha 54 reatores operacionais antes da destruição de seis unidades da central de Fukushima. Dos 48 restantes, pelo menos cinco devem ser desmantelados.

O governo do conservador Shinzo Abe e as companhias elétricas do país têm defendido a reativação de usinas que cumpram com os novos padrões de segurança por causa dos aumentos dos custos com a compra de hidrocarbonetos, necessários para o funcionamento das centrais térmicas que estão funcionando a pleno vapor.

Desde o blecaute das usinas, Japão passou a importar 90% de seu petróleo, bem como todo o carvão e gás natural, o que levou o país a sofrer um forte déficit na sua balança comercial. Os gostas com essa importação têm atrapalhado os planos de Abe para reaquecer a economia e tingir sua meta de inflação estável de 2%.

Além dos altos custos com importação de energia, Abe insiste que o uso extensivo das centrais térmicas – principais veículos de poluição – impede a adoção de planos ambiciosos para reduzir às emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa.

Com a retomada do programa de energia nuclear, o governo de Abe deseja que os reatores gerem 22% da energia elétrica no Japão até 2030, um porcentual menor que antes de Fukushima.

No entanto, segundo indicam as pesquisas, a maior parte da população é contrária a reativação dos reatores pelo temor de um novo acidente, o que tem gerado protestos em todo o país.

Fontes: Agência Kyodo | Agência Reuters |The Asahi Shimbun.

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