Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar avançou mais de 1% sobre o real nesta quarta-feira (1) e fechou no maior valor em quase um mês, em meio à expectativa de alta nos juros da maior economia do mundo, que foi potencializada após divulgação de dados mais fortes que o esperado sobre o mercado de trabalho dos EUA. Pesou ainda as renovadas preocupações com o destino da Grécia na zona do euro, depois da fala do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, que recomendou à população rejeitar o resgate internacional.
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 1,16%, cotada a R$ 3,1450 na venda, maior valor de fechamento desde 5 de junho, quando a moeda valia R$ 3,151. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro de hoje ficou em torno de US$ 1,1 bilhão, contra cerca de US$ 1,3 bilhão observados na véspera.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu aos gregos nesta quarta-feira que rejeitem o resgate internacional, destruindo qualquer perspectiva de reparar as relações com os parceiros da União Europeia antes do referendo no domingo que pode decidir o futuro da Grécia na zona do euro.
A notícia dissipou o bom humor visto pela manhã, quando o mercado comemorou declaração de Tsipras afirmando que estava disposto a aceitar a oferta de seus credores, “com algumas condições”.
“O mercado está confuso. Parece que o bom humor de manhã não era justificado”, disse no início da tarde o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano, à agência Reuters.
A alta do dólar também foi influenciada por dados mais fortes que o esperado sobre o mercado de trabalho dos EUA. O setor privado do país criou 237 mil vagas de trabalho em junho, o maior ganho desde dezembro e acima das expectativas de analistas, segundo dados da ADP.
Na quinta-feira, será divulgado o relatório de emprego do governo norte-americano, mais abrangente do que os dados da processadora de folhas de pagamento.
Os números norte-americanos reforçaram a perspectiva de que os juros devem começar a subir em poucos meses, o que pode atrair para os EUA recursos atualmente aplicados no Brasil.
Cenário interno
No Brasil, investidores concentravam-se ainda na política de intervenções do Banco Central. A autoridade monetária deu início nesta manhã à rolagem dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em agosto, vendendo a oferta integral de até 7.100 contratos, que equivalem cerca de 3% do lote total
Se o BC mantiver o ritmo atual e vender a oferta integral até o penúltimo do mês, rolará 70% do lote total, equivalente a US$ 10,675 bilhões. Essa fatia seria aproximadamente igual à do mês passado e operadores esperam que, se vir a oportunidade, o BC pode aproveitar para reduzir a oferta de contratos.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado
(Com informações da agência Reuters)
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