O governo japonês criou um setor exclusivo para promover a cooperação econômica com a Rússia, em antecipação ao esperado encontro entre o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o presidente russo Vladimir Putin, nesta sexta-feira (2) em Vladivostok.
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (1), o secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, anunciou que o ministro da Economia, Comércio e Indústria, Hiroshige Seko, vai acumular o “cargo de encarregado dos laços econômicos com a Rússia”.
Suga mencionou que o ministro Seko presidiu uma reunião sobre os laços russo-japoneses quando esteve à frente de seu cargo anterior como vice-secretário-chefe de gabinete.
A nomeação de Seko ao cargo também é devido à sua participação no desenvolvimento de um novo plano para a cooperação econômica com a Rússia, que foi apresentado por Abe a Putin em maio, quando os dois líderes se encontraram em Sochi.
Segundo Suga, além da cooperação econômica, a reunião na sexta-feira também abordará questões diplomáticas delicadas entre os dois países, que inclui as negociações sobre a disputa territorial envolvendo quatro pequenas ilhas no Pacífico, exigidas pelo Japão desde sua anexação à Rússia no fim da Segunda Guerra Mundial, o que tem gerado tensões entre os dois países por mais de sete décadas e, por consequência, impedindo a assinatura de um “estagnado” acordo de paz.
Sobre as ilhas
As Ilhas Curilas, Ilhas Kuril ou Curilhas formam um arquipélago vulcânico de 56 ilhas que se estende entre a Península de Kamchatka, no extremo oriente da Rússia, até à ilha japonesa de Hokkaido, no extremo norte do Japão, entre o Mar de Okhotsk, a noroeste, e o Oceano Pacífico, a sudeste.
Embora o Japão reclame as quatro ilhas mais a sul, a que denomina “Territórios do Norte”, todo o arquipélago está sob a administração da Rússia desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, como resultado do Tratado de São Francisco.
O tratado, no entanto, expirou, de acordo com o governo japonês, que reivindica a soberania das ilhas, afirmando que elas “são parte inerente de seu território e que foi tomada indevidamente pela Rússia”.
Fontes: Agência Kyodo | NHK News Japan.
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