Do Mundo-Nipo com Agências
As últimas pesquisas eleitorais do Ibope e do Datafolha mostrando avanço da presidente Dilma Rousseff, cuja política econômica é alvo de críticas nos mercados financeiros, levaram o dólar a renovar a máxima no ano, atingindo nesta quarta-feira (1) o maior nível em quase seis anos.
O dólar encerrou as negociações de hoje com valorização de 1,5%, cotado a R$ 2,4848 na venda, após fechar setembro na maior alta mensal em três anos. Trata-se do maior patamar desde 8 de dezembro de 2008, quando a moeda americana atingiu R$ 2,5010 em plena crise financeira mundial.
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,6 bilhão. Na semana, a moeda acumula alta de 2,85% e no ano, há valorização de 5,4%, de acordo com a agência Reuters.
O real lidera a perda entre as moedas emergentes frente ao dólar, acumulando queda de 9,66% nos últimos 30 dias. Segundo o ‘Valor Online’, os investidores repercutem as últimas pesquisas eleitorais, que mostraram um crescimento da presidente Dilma Rousseff (PT) na corrida eleitoral, abrindo vantagem em relação à candidata Marina Silva (PSB) no segundo turno. Ontem, a pesquisa Ibope mostrou a presidente Dilma Rousseff com 42% das intenções de votos contra 38% da candidata do PSB, no limite da margem de erro.
A pesquisa ainda apontou para uma disputa mais acirrada pelo segundo lugar entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno, com 25% e 19% das intenções de voto respectivamente. Há leituras de que o embate mais forte entre Marina e Aécio pode, no fim das contas, beneficiar Dilma, que dessa forma teria mais chances de sustentar uma vantagem razoável sobre seus concorrentes.
O avanço recente das intenções de voto para Dilma ajudou a moeda norte-americana a registrar em setembro a maior alta mensal em três anos, alimentando preocupações inflacionárias decorrentes do aumento dos preços de importados, detalha a agência Reuters.
“O mercado não está mais se baseando em fluxo, só em notícias sobre as eleições”, afirmou à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
O ritmo acelerado de alta do dólar tem preocupado os agentes econômicos. Segundo analistas, vem crescendo a demanda por proteção cambial, o que, por sua vez, pressiona ainda mais as cotações da moeda norte-americana.
A cena eleitoral também se traduziu em maior incerteza sobre o comportamento do dólar frente ao real nos próximos meses. Pesquisa da Reuters publicada mais cedo mostrou que as projeções se espalharam muito mais, com o cenário mais pessimista projetando o dólar a 2,90 reais daqui a um ano, enquanto o mais otimista vê a moeda em a 2,27 reais.
Na véspera, o Banco Central reagiu à pressão no câmbio anunciando já para o primeiro pregão do mês o início da rolagem do lote de swaps cambiais que vencem em novembro, sinalizando a rolagem total destes contratos, que oferecem aos investidores proteção contra futuras altas da moeda norte-americana.
Mas, segundo analistas, esse movimento não é suficiente para apaziguar o nervosismo, além de já ser esperado pelo mercado.
Atuações do Banco Central no câmbio
O BC vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos de novembro. Com isso, rolou cerca de 4,5% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.
Pela manhã, a autoridade monetária também deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps, com volume correspondente a US$ 197,0 milhões. Foram vendidos 500 contratos para 1º de junho e 3,5 mil para 1º de setembro de 2015.
*As cotações são da Agência Thomson Reuters.
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