Dólar dispara e fecha no maior nível em 5 meses e meio

A disparada do dólar hoje ocorre após a moeda fechar novembro na maior alta mensal desde setembro de 2015.
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O dólar saltou mais de 2,3% frente ao real nesta quinta-feira (1) e fechou no maior nível em cinco meses e meio, influenciado pela maior aversão a risco no exterior, diante da alta das taxas dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), e aumento da preocupação com o cenário político local.

A moeda norte-americana subiu 2,39%, cotada a R$ 3,4685 para venda, maior cotação desde o dia 16 de junho, quando o dólar alcançou R$ 3,4700.

Na semana, o dólar acumula valorização de 2,47% até esta quinta-feira. No ano, ainda perde 12,1%.

A disparada do dólar hoje ocorre após a moeda fechar novembro com forte valorização de 6,18%, a maior alta mensal desde setembro de 2015.

No exterior, a alta do preço do petróleo após o acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para cortar a produção ontem, contudo, trouxe de volta a preocupação com uma inflação mais alta nos Estados Unidos, levando a uma forte alta das taxas dos Treasuries. A taxa do título de dez anos subia para 2,441%, maior patamar desde julho de 2015.

O Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) se reunirá neste mês para definir o rumo da taxa de juros. A expectativa do mercado é de alta dos juros.

Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil.

No cenário interno, Investidores estavam preocupados com a política brasileira. “O cenário político está conturbado, o que pressiona a moeda (norte-americana)”, disse o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, à agência de notícias Reuters.

Ele se referia à tentativa frustrada do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de aprovar urgência para votar o texto das dez medidas anticorrupção e que foram alvos de críticas pelo Ministério Público.

Renan será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, por crime de falsidade ideológica, uso de documento falso e peculato.

A situação política mais sensível preocupa os investidores porque pode atrapalhar a votação de importantes medidas econômicas no Congresso Nacional.

Juros no Brasil
A apreensão com a “fuga” de investimentos do Brasil para os EUA aumentou após o Banco Central brasileiro reduzir os juros por aqui – o que torna, de maneira geral, os rendimentos menos atrativos.

Na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano. É a segunda redução seguida da taxa.

Atuação do Banco Central no câmbio
Pela sétima sessão, o Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio. Investidores, porém, não descartam a possibilidade de o BC voltar a atuar no mercado de câmbio por meio da oferta de contratos de swap cambial tradicional, que equivalem uma venda de dólares no mercado futuro.

O mercado também está no aguardo do início da rolagem do lote de US$ 5 bilhões nesses derivativos cambiais que vence em 2 de janeiro.

O Banco Central interrompeu as vendas de swaps tradicionais em 18 de novembro, quando o mercado tinha mostrado uma redução da volatilidade após a eleição americana.

Fontes: Agência Reuters | Jornal Valor Econômico | UOL Economia.

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