Dólar sobe no dia, mas fecha semana com perdas

O dólar encerrou com desvalorização de 0,57% no acumulado da semana.
Cédulas de dólar | ©SXCPhotos
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O dólar fechou em leve alta nesta sexta-feira (2), mas encerrou com desvalorização no acumulado da semana. A última sessão da semana foi influenciada por preocupações em relação às contas públicas brasileiras, atuação do Banco Central no câmbio e pela divulgação de dados abaixo do esperado sobre o mercado de trabalho nos EUA.

Ao término das negociações, a moeda apresentava leve variação positiva de 0,12%, cotada a R$ 3,2534 na venda, após chegar a R$ 3,2709 na máxima e R$ 3,2245 na mínima do dia, de acordo com a agência de notícias ‘Reuters’.

Na semana, o dólar recuou 0,57%. No acumulado do ano, a moeda tem desvalorização de 17,4%.

A manutenção das intervenções do Banco Central no câmbio, a mudança das posições dos agentes no mercado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a preocupação dos investidores com o avanço do ajuste fiscal levaram o real a apresentar uma performance pior que seus pares emergentes no exterior.

No mercado externo, os dados mais fracos que o esperado sobre emprego nos Estados Unidos (payroll) levaram os investidores a reduzir as apostas em uma alta da taxa básica de juros americana em setembro, o que sustentou a queda do dólar frente às principais divisas emergentes.

Até a divulgação dos dados, eram grandes as apostas na alta dos juros após autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) sugerirem que isso poderia em breve.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em países onde as taxas são maiores, como o Brasil.

Cenário interno
Atritos políticos entre partidos aliados ao presidente Michel Temer alimentavam preocupações de investidores sobre a capacidade do governo recém-empossado de aprovar medidas para equilibrar as contas públicas no Congresso Nacional.

Operadores querem ver demonstração de força política de Temer para que voltem a apostar na recuperação da credibilidade do Brasil com investidores. O presidente está na China participando do encontro do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo.

“O mercado está desconfortável com esses ruídos políticos, achou que isso ia passar após o impeachment. A resposta a isso é instabilidade”, disse à ‘ Reuters’ o operador de uma corretora internacional.

Operadores também comentam a mudança das apostas no mercado de câmbio e juros após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em manter a taxa Selic em 14,25% ao ano.

Alguns investidores reduziram as posições vendidas em dólar para aplicar no mercado de juros diante da leitura de que o comunicado da última reunião deixou a porta aberta para o início da flexibilização monetária.

O aumento da alocação em ativos locais, no entanto, vai depender do avanço da aprovação das medidas de ajuste fiscal.

Atuação do Banco Central no câmbio
O Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio. Nesta sexta-feira, a autoridade monetária manteve o ritmo de oferta de swaps cambiais reversos e vendeu hoje mais 10 mil contratos, que equivalem à compra de dólares no mercado futuro.

Fontes: Valor Online | Agência Reuters.


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