Do Mundo-Nipo com Agências
A Bolsa de Valores de Tóquio recuou quase 3% nesta quinta-feira (2), reagindo à dados fracos sobre atividade industrial mundial e a notícia sobre o primeiro caso de ebola nos Estados Unidos, que assustaram os mercados globais, levando investidores a buscarem ativos seguros, como títulos norte-americanos, ouro e iene. Com isso, a moeda dos EUA ganhou força em relação a divisa japonesa, voltando ao patamar de 108 ienes por dólar.
O índice Nikkei dos principais valores da Bolsa de Tóquio recuou 420,26 pontos, queda de 2,61% ante o pregão anterior, encerrando aos 15.661, 99 pontos, seu pior resultado desde 1º de setembro. O volume das transações totalizaram 2.661,02 milhões de ações negociadas, ante 2.207,17 milhões na véspera.
As ações japonesas lideraram a venda generalizada na Ásia, acompanhando o desempenho ruim nos mercados na Europa e nos Estados Unidos no dia anterior, devido a dados fracos de produção nessas regiões. Segundo a agência Kyodo, indicadores ruins no setor industrial Chinês, bem como dados ruins no início da semana sobre a produção japonesa, influenciaram no resultado em Tóquio.
Investidores começaram a buscar por iene depois que uma série de pesquisas mostrou que a atividade industrial na Alemanha teve contração pela primeira vez em 15 meses, que o setor industrial chinês quase não cresceu, enquanto os Estados Unidos desaceleraram mais que o esperado, destaca a Agência ‘Reuters’.
As vendas no mercado de ações em Tóquio também foram atribuídas a declarações do primeiro-ministro Shinzo Abe em uma reunião do Conselho de Política Econômica e Fiscal na quarta-feira, em que ele disse que a economia japonesa “mostrou sinais de alguma fraqueza neste verão”, de acordo com o jornal ‘Nikkei’.
Além disso, a confirmação do primeiro caso de Ebola nos Estados Unidos também afetaram os mercados e deram o tom do dia no mercado japonês, assustando os investidores que saíram a procura por iene.
Após bater o maior nível desde 2008 durante a sessão de ontem na Ásia, o dólar recuava para 108,71 ienes ao fim do pregão japonês, de 108,88 ienes do fechamento anterior no fim da tarde em Nova York.
“O movimento de realização foi a principal força por trás da queda do índice Nikkei”, disse o CEO do Investrust, Hiroyuki Fukunaga. “O dólar subiu tanto nas últimas semanas que um viés de queda era inevitável”, disse. Após avançar cerca de 12% desde abril, a bolsa japonesa voltou aos 15 mil pontos hoje e deve permanecer nesse nível, dizem os analistas, de acordo com a ‘Agência Estado’.
Entre as exportadoras, diretamente afetadas pelo dólar, a Honda Motor caiu 4,2%, a Toyota Motor perdeu 3,5% e a Tokyo Electron teve desvalorização de 3,4%.
Em relação à fabricantes de maquinários e ferramentas, a Enshu foi a que registrou a pior queda, despencando 10 ¥, ou 7,8%, para ¥ 119, influenciado também pelasua revisão em baixa das previsões de lucros consolidados no atual ano fiscal até março.
O transporte aéreo foi o setor de pior desempenho do dia, após receber um golpe nas negociações de véspera no mercado de Nova York por medo de que o primeiro caso de Ebola confirmado no país pode ter efeitos adversos sobre as empresas de transporte.
Com isso, a Japan Airlines caiu ¥ 135, ou 4,6%, para ¥ 2.825, e a ANA Holdings declinou ¥ 12,10, ou 4,8%, para ¥ 242,00.
Na contramão da queda generalizada está a Poplar, operadora de rede de lojas de conveniência, que subiu ¥ 37, ou 6,7%, a ¥588, impulsionada pelo seu plano para formar uma imobilização de capital com a Lawson Inc, maior operadora de rede de lojas de conveniência da Ásia, de acordo com o ‘Nikkei’.
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