O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, realizou uma ampla remodelação de seu gabinete, trocando a liderança de 13 dos seus 19 ministérios. Porém, Abe deixou apenas uma mulher na liderança de uma de suas pastas, contrariando assim sua política de promover as mulheres na política e em cargos de chefia em empresas, ou seja, o chamado empoderamento feminino promovido por seu governo desde 2012, quando assumiu o cargo de premiê do país.
Apesar da grande reformulação, o premiê japonês manteve os cargos de seis ministros, que inclui dois aliados mais próximos incluindo: o “peso pesado” Taro Aso, ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro, bem como o “multifuncional” Yoshihide Suga, ministro porta-voz do Governo e secretário-chefe de Gabinete, que estão com Abe desde o início de seu governo.
Abe fez esta renovação de seu gabinete depois de ser reeleito líder do governante Partido Liberal Democrata (PLD) e de olho nas próximas eleições previstas para 2019, na Câmara Alta, e dois anos depois, na Câmara Baixa.
O premier manteve seis dos 19 ministros de seu gabinete – os componentes do considerado “núcleo duro” de Abe -, e nomeou 13 novos cargos, dos quais todos, exceto um, já tinha experiência em algum ministério, anunciou Yoshihide Suga em entrevista coletiva nesta terça-feira.
Seguem em seus cargos dois dos aliados mais próximos de Abe, que estão no governo desde que ele chegou ao poder, em 2012. O ministro das Finanças e número dois do governo, Taro Aso, além de Suga.
Outros pilares do governo continuam, como o ministro das Relações Exteriores, Taro Kono; da Economia, Comércio e Indústria, Hiroshige Seko, e da Estado de Revitalização Econômica e Recursos Humanos, Toshimitsu Motegi.
A permanência deles aponta para a continuidade da política econômica empreendida por Abe há quase seis anos e conhecida como “Abenomics”, cujo objetivo é deixar para trás o ciclo deflacionário da terceira economia mundial.
A novidade mais significativa é o novo ministro da Defesa, Takeshi Iwaya, substituindo Itsunori Onodera em um período onde o governo tenta impulsionar a controversa reforma do artigo pacifista da Constituição japonesa, uma das principais prioridades políticas de Abe.
O líder do PLD também nomeou como novo ministro da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, Takumi Nemoto, que ficará no cargo que pertencia a Katsunobu Kato, e ao veterano Yoshitaka Sakurada como responsável pelos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020, em Tóquio.
Além disso, Satsuki Katayama será a nova ministra da Revitalização Regional e única mulher no governo de Abe. Segundo o jornal financeiro Nikkei, essa “decisão contraria, em grande escala, a anunciada política do empoderamento feminino” promovida em larga escala por Abe.
Esta reforma é a quinta executada por Abe em seis anos e três legislaturas, e acontece próximo das mesmas datas das realizadas em 2016 e 2017.
Fontes: Agência EFE | Agência Reuters.
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