O governo do Japão anunciou nesta sexta-feira (2) que decidiu reforçar suas sanções unilaterais contra a Coreia do Norte após seu último teste nuclear, que serão aplicadas em coordenação com os Estados Unidos e Coreia do Sul, e que complementam as últimas medidas similares da ONU.
“Decidimos aplicar sanções adicionais em coordenação com os Estados Unidos e Coreia do Sul para resolver de forma conjunta os problemas dos sequestros (de cidadãos japoneses) e do programa nuclear e de mísseis por parte da Coreia do Norte”, anunciou hoje o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, em reunião com seu Gabinete de governo.
Pyongyang realizou neste ano “dois testes nucleares e mais de 20 lançamentos de mísseis”, o que representa “um novo nível de ameaça totalmente inaceitável”, afirmou Abe em seu discurso, divulgado pela agência nacional de notícias “Kyodo”.
Em particular, Tóquio expandirá as “listas negras” de pessoas e grupos residentes no Japão que têm vetada a entrada na Coreia do Norte, e ampliará a inspeção nos portos japoneses, proibindo a entrada de navios que tenham passado por portos do país vizinho”, explicou o ministro porta-voz Yoshihide Suga, em entrevista coletiva.
O Japão aplica atualmente um veto unilateral ao reingresso no norte de membros da Associação de Residentes Coreanos no Japão (conhecida como Chongryon), entre os quais há engenheiros que podem estar colaborando com os programas norte-coreanos de desenvolvimento de mísseis e armas nucleares.
As novas sanções coordenadas entre os três aliados chegam depois que o Conselho de Segurança da ONU adotou na última quarta-feira medidas de pressão adicionais sobre o regime liderado por Kim Jong-un, depois de seu teste nuclear anterior, em janeiro.
Esta decisão “demonstra claramente o compromisso da comunidade internacional para dar uma nova dimensão à resposta contra a Coreia do Norte e sua crescente ameaça”, afirmou Abe.
Além disso, o primeiro-ministro do Japão afirmou que “fará todos os esforços possíveis” para conseguir o retorno dos cidadãos japoneses sequestrados pela Coreia do Norte, e para isso aplicará os princípios de “diálogo e pressão”.
O Japão argumenta que entre 1977 e 1983, pelo menos 17 japoneses foram sequestrados pela Coreia do Norte para dividir lições de cultura e idioma em seus programas de treinamento de espiões.
A Coreia do Norte se comprometeu com o Japão em realizar uma investigação para resolver todos os casos, mas esta iniciativa foi abandonada em fevereiro por falta de progressos.
Do Mundo-Nipo
Fontes: Agência EFe | Agência Kyodo.
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