Japão e Rússia concordam em acelerar negociações de tratado de paz

Disputa territorial tem impedido Japão e Rússia de assinarem tratado de paz desde o fim da guerra.
Bandeiras de Japao e Russia Foto Stockvault YU01092016
Foto: Stockvault

Os líderes de Japão e Rússia concordaram em organizar um encontro entre seus chanceleres para discutir um estagnado tratado de paz antes da cúpula bilateral marcada para o início do próximo ano. A decisão é parte de um acordo firmado esta semana entre os dois países para acelerar as negociações do tratado.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o presidente russo, Vladimir Putin, encontraram-se na Argentina no sábado, após o encerramento da cúpula do G20.

Abe e Putin concordaram que o chanceler japonês, Taro Kono, vai negociar um acordo de paz com sua contraparte russa, Sergei Lavrov, antes da visita do premiê japonês à Rússia.

Os dois também indicaram membros do governo para liderarem as discussões. O vice-ministro sênior dos Negócios Estrangeiros do Japão, Takeo Mori, e o vice-chanceler russo, Igor Morgulov, irão ao encontro como enviados especiais.

Este foi o 24º encontro entre Abe e Putin, que se reuniram também em novembro em Cingapura.

Na última ocasião, eles haviam concordado em acelerar as negociações para o tratado de paz com base em uma declaração conjunta de 1956. No documento, Moscou se compromete a entregar ao Japão duas das quatro ilhas que compõe o pequeno arquipélago denominado pela Rússia de Ilhas Curilas, que no Japão é chamada de Territórios do Norte.

Rússia e Japão disputam as ilhas há décadas e por isso ainda não encerraram formalmente as hostilidades da Segunda Guerra Mundial. O impasse vem impedindo a criação de laços econômicos entre os dois países que são praticamente vizinhos.

Para Tóquio, as ilhas são parte inerente do território japonês e foram ocupadas ilegalmente por tropas russas nos últimos dias da guerra antes de assinar um tratado de paz.

Representantes russos, no entanto, sugeriram que Moscou talvez não devolva as ilhas automaticamente após a assinatura do tratado. Para eles, a soberania das ilhas e garantias de que tropas americanas não serão posicionadas no território precisam ser discutidas em um longo e complicado processo.

Fonte: NHK World News Online.


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