O tribunal distrital de Tóquio condenou nesta quinta-feira (3) a seis meses de prisão, com suspensão de pena, o ex-executivo da Nissan Greg Kelly, 65 anos, por sua participação na fraude que ocultou a fortuna acumulada pelo ex-CEO do grupo Carlos Ghosn.
A procuradoria local pedia uma condenação de dois anos de detenção do norte-americano e a decisão chega após 18 meses de processo. O tribunal ainda condenou a Nissan a pagar uma multa de 200 milhões de ienes (cerca de R$ 8,8 milhões).
A procuradoria acusava Kelly de ajudar Ghosn a ocultar cerca de nove bilhões de ienes (cerca de R$ 395 milhões) entre 2010 e 2018, além de ter ajudado o ex-CEO a usar fundos da empresa para gastos pessoais.

O norte-americano, que atuava como diretor jurídico do grupo, foi preso ao lado de Ghosn há cerca de três anos e sempre foi visto como um personagem secundário do caso, mas a fuga do ex-CEO para o Líbano o colocou em destaque no julgamento.
A defesa justificou os atos dizendo que Kelly sempre atuou dentro da lei e para garantir uma compensação adequada a um dirigente do calibre de Ghosn.
Já o executivo franco-brasileiro com origem libanesa vive em Beirute e se diz “vítima” de uma conspiração interna da empresa, acusando a justiça japonesa de não estar apta a garantir um processo justo.
No Japão, os suspeitos não podem ser auxiliados por um advogado durante os interrogatórios e 99% dos processos judiciais acabam em condenação.
Da Agência Ansa Brasil.
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