O dono de uma imobiliária foi preso na província de Kanagawa, no leste do Japão, acusado de aplicar golpes em moradores de rua. Segundo a polícia, com a promessa de fornecer um imóvel, ele teria incentivado três “sem-teto” a entrar com um pedido para receber o auxílio concedido pelo governo. O corretor, porém, fraudou documentações a passou a receber o dinheiro de três moradores de rua, informou nesta sexta-feira (3) o jornal ‘Yomiuri’.
De acordo com o jornal japonês, o acusado, de 62 anos, possui uma imobiliária na cidade de Sagamihara, no oeste de Kanagawa, onde distribuiu panfletos entre os moradores de rua na região. No texto, o panfleto afirmava que eles poderiam adquirir um lar, como um apartamento, mesmo sem ter dinheiro.
Uma das vítimas, um sem teto de 59 anos, disse ao ‘Yomiuri’ que conhecia o corretor há quatro anos. Com isso, ele confiou na promessa e foi até a prefeitura local fazer o cadastro no programa de auxilio do governo, denominado “Seikatsu hogo”. O benefício concede mensalmente uma ajuda no valor de 100 mil ienes (cerca de R$ 3,4 mil) a pessoas que comprovem estado de penúria. O programa é semelhante ao LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) no Brasil, que auxilia, com um benefício mínimo de R$ 880, pessoas incapazes de trabalhar e que não têm renda, como idosos e doentes.
A vítima contou que o corretor o levou pessoalmente para fazer a inscrição no programa Seikatsu hogo. Mas, na hora de assinar o contrato de aluguel do imóvel, o corretor depositou em sua frente várias documentações e as leu rapidamente, tudo previamente carimbado. “Eu nem sabia do que se tratavam os papéis, mas os assinei conforme ele pediu”, disse.
Contudo, a intenção do corretor era outra totalmente diferente do prometido, já que ele colocou um contrato de “gerenciamento de renda” para ser assinado entre os documentos de locação apresentados à vítima.
Essa procuração deu ao “fraudador” o direito de administrar a conta que o então ex-morador de rua havia adquirido para receber o auxílio.
Tendo em mãos a procuração fraudulenta, o homem passou a ficar com todo o dinheiro, dando somente 5 mil ienes (cerca de R$ 166) semanalmente à vítima para despesas pessoais.
A vítima disse ao ‘Yomiuri’ que o dinheiro mal dava para o alimento da semana, e que continuava sem poder comprar roupas ou cortar o cabelo. “O dinheiro só dava para comprar comida instantânea durante a semana”, afirmou.
Mediante a isso, o ex- morador de rua tentou explicar a situação ao corretor que, por sua vez, argumentou que a manutenção mensal do apartamento ficava em cerca de 25 mil ienes e que não sobrava quase nada, portanto, ele teria de se “virar” com os 5 mil ienes semanais.
Indignado, a vítima se juntou com outros que se encontravam na mesma situação, todos residentes no mesmo prédio, e prestaram queixa do ocorrido em uma delegacia local.
Ainda de acordo com a publicação, as vítimas pretendem abrir um processo na Justiça contra o corretor.
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