Do Mundo-Nipo com Agências
Depois de ultrapassar a marca de R$ 3,80 na sessão desta quinta-feira (3), o dólar fechou estável, interrompendo uma série de quatro altas consecutivas, em um dia marcado pela volatilidade diante das persistentes preocupações com a situação política e fiscal no Brasil, o que vem mantendo a moeda norte-americana perto das máximas em quase treze anos.
Ao término das negociações de hoje, o dólar estava cotado a R$ 3,7598 na venda, mesmo valor da véspera. Na máxima do dia, a divisa chegou a subir 1,53%, a R$ 3,8175, maior nível intradia desde 11 de dezembro de 2002 (R$ 3,8200). Na mínima, recuou 0,69%, a R$ 3,7338.
O movimento no mercado local foi influenciado por uma série de questões que tem atormentando os investidores nesses últimos dias. Entre elas, os rumores sobre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixar o cargo. Também influenciou a aprovação, pela Câmara, da medida provisória 675, que aumenta a tributação de bancos e instituições financeiras.
Levy cancelou nesta quinta-feira sua viagem para a reunião do G20, na Turquia, para se reunir com a presidente Dilma Rousseff, informou a assessoria de imprensa do Ministério. Duas autoridades do governo disseram à agência Reuters que Levy não tem planos de renunciar e que a reunião foi convocada para discutir o Orçamento.
No início da semana, o governo enviou ao Congresso Nacional proposta para o Orçamento de 2016 prevendo inédito déficit primário. A notícia deu força às apostas em perda do selo de bom pagador do país, levando o dólar a disparar 5,83% nas últimas quatro sessões.
O dólar também foi puxado para baixo nesta quinta-feira pelo aumento da CSLL sobre instituições financeiras, aprovado pela Câmara. Segundo a proposta, que segue ao Senado, a contribuição subirá para 20% até 1º de janeiro de 2019, ante os atuais 15%, o que pode levar bancos brasileiros com subsidiárias no exterior a vender dólares para manter sua proteção cambial.
Segundo operadores consultados pela Reuters, no fim da manhã, essas expectativas se somaram a entradas de divisas relacionadas ao cálculo da Ptax, taxa formulada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais.
Atuações do Banco Central no câmbio
Agentes financeiros continuaram ainda atentos à possibilidade de o Banco Central ampliar a atuação no câmbio, uma vez que a alta do dólar sobre o real tende a pressionar a inflação.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 9.450 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou US$ 1,369 bilhão, ou cerca de 14% do total de US$ 9,458 bilhões. Se continuar neste ritmo, vai recolocar todo o lote.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações da Agência Reuters)
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