Os gastos de capital das empresas japonesas desabaram 11,3% no trimestre de abril-junho em termos anualizados, marcando o descenso mais acentuado em uma década, já que a pandemia do novo coronavírus obscureceu as perspectivas dos negócios no Japão e no globo, mostraram dados do governo japonês na terça-feira.
O investimento de todos os setores não financeiros, como construção de fábricas e adição de equipamentos, totalizou 9,64 trilhões de ienes (US $ 91 bilhões), de acordo com o relatório divulgado pelo Ministério das Finanças.
A queda de 11,3% no segundo trimestre é a mais acentuada em uma base anual desde o período de janeiro a março de 2010, quando o número despencou 11,5% em meio a crise financeira global deflagrada em 2009.
Os gastos de capital ajustados sazonalmente por todos os setores não financeiros, incluindo gastos com software, caíram 6,3% em relação ao primeiro trimestre de 2020, quando cresceram 1,9%.
A queda também foi a mais acentuada desde o descenso de 7,9% registrado em no período de janeiro-março de 2009.
Durante a divulgação dos dados, um funcionário do ministério disse a repórteres que a demanda por vários bens e serviços diminuiu devido à pandemia, o que resultou na “supressão de novos investimentos”.
Vendas das empresas
Na mesma base de comparação, as vendas reduziram 17,7%, para 284,68 trilhões de ienes no segundo trimestre, maior declínio desde o registrado no período de janeiro-março de 2009, quando despencou 20,4% em uma base anual.
A forte queda no período foi puxada pelo fraco desempenho de montadoras, atacadistas e varejistas, resultando no quarto trimestre consecutivo de retração.
“Acreditamos que o resultado reflete a situação econômica extremamente severa devido às repercussões do vírus”, disse o funcionário.
Antes do ajuste sazonal, os gastos de capital dos fabricantes caíram 9,7% no segundo trimestre de 2020 em relação ao ano anterior, para 3,26 trilhões de ienes, caindo pelo terceiro trimestre consecutivo, com fabricantes de produtos químicos e de metal liderando o declínio.
No setor não manufatureiro, o investimento despencou 12,1%, para 6,37 trilhões de ienes, após um aumento de 2,9% no trimestre anterior.
O setor de provedores de serviços, incluindo restaurantes, hotéis e locais de entretenimento, foram a principal razão para a queda, uma vez que esses serviços foram os mais afetados pelo decreto de estado de emergência decretado em abril e que durou até maio.
O ministério pesquisou 32.516 empresas capitalizadas em 10 milhões de ienes ou mais, das quais 22.562, ou 69,4%, responderam à pesquisa.
Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Agência Reuters.
Atualizado em 21/09/2020.
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