O dólar avançou mais de 2% sobre o real e fechou acima de R$ 4 nesta segunda-feira (4), primeiro dia de negócios do ano de 2016. A forte valorização frente a divisa brasileira seguiu em linha com a alta da moeda norte-americana frente as principais divisas emergentes, um movimento sustentado pelo receio de uma desaceleração mais forte da economia chinesa.
Ao término da primeira sessão do ano, o dólar estava cotado a R$ 4,0339 para venda, alta de 2,18%. Trata-se da maior cotação de fechamento desde 29 de setembro, quando encerrou a R$ 4,0591. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana chegou a ser negociada a R$ 4,0717, alta de 3,13%.
Na última sessão de 2015, a moeda norte-americana subiu 1,83% e encerrou dezembro com valorização de 1,58%. Em 2015, a moeda subiu 48,49% sobre o real, o maior avanço anual em 13 anos.
Os investidores estavam preocupados com a economia chinesa. Essa preocupação foi acentuada após dados fracos do setor industrial da China e da forte queda do mercado acionário no país, que levou a uma nova desvalorização do yuan.
A desaceleração da China preocupa porque o país é um dos maiores importadores do planeta e um dos maiores compradores de matérias-primas (chamadas de commodities), como ferro e petróleo. Portanto, quanto o ritmo da economia chinesa diminui, isso afeta toda a economia mundial.
A China também é um grande exportador, e dados econômicos têm mostrado um ritmo mais lento também nesse indicador.
“Se a China está ruim, os países que dependem da China vão no mesmo barco”, disse gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo, à agência de notícias Reuters.
Diante da preocupação com a atividade industrial, o Banco do Povo da China anunciou uma desvalorização maior que a esperada do yuan, a maior desde agosto, levando a cotação da moeda chinesa para 6,5032 por dólar ante 6,4936, o nível mais baixo desde 2011.
Os mercados também estavam preocupados com a queda do petróleo. Dados mostraram que o setor industrial nos Estados Unidos contraiu ainda mais em dezembro, com o dólar forte prejudicando as exportações. Além disso, os gastos com construção tiveram a primeira queda em quase um ano e meio em novembro.
Além da aversão a risco no cenário externo, a incerteza em relação ao quadro político e fiscal no mercado doméstico contribui para acentuar a demanda pela moeda americana neste início de ano, em meio ao recesso no Congresso Nacional adiando a decisão de medidas importantes para a busca do equilíbrio fiscal do país.
Entre as medidas a serem analisadas está a retomada da CPMF, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016. Ela é necessária, nos cálculos do governo, para fechar o ano com a meta de superávit primário (a economia feita para o pagar os juros da dívida) para o setor público consolidado equivalente a 0,5% do PIB.
Atuações do Banco Central
O Banco Central do Brasil fez nesta sessão o primeiro leilão de rolagem dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de fevereiro, com oferta de até 11,6 mil contratos.
Na operação, o BC rolou o equivalente a US$ 563,4 milhões, ou cerca de 5% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.
Se mantiver esse ritmo até o penúltimo dia útil deste mês, como de costume, o BC rolará integralmente o lote de fevereiro, como fez nos cinco meses anteriores.
Fontes: Agência Reuters | Agência Valor Online.
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