Um terremoto de forte intensidade na escala japonesa atingiu a província de Kumamoto, na ilha de Kyushu, sul do Japão, informou a Agência Meteorológica do Japão (JMA), acrescentando que, apesar do forte tremor, não houve alertas de tsunami ou relatos imediatos de danos significativos, mas a imprensa local noticiou que o abalo afetou serviços de trens de alta velocidade, bem como causou o deslocamento de 20 famílias para abrigos.
De acordo a JMA, o terremoto foi registado às 18h10 locais de quinta-feira (07h10 de quarta-feira pelo horário de verão em Brasília), com epicentro na cidade de Nagomi, a uma profundidade de 10 quilômetros.
O abalo atingiu magnitude 5,0 na escala Richter e registrou -6 (moderado a forte) na escala japonesa, que vai até 7, em Kumamoto, atingindo grandes áreas de Kyushu, Shikoku e Chugoku, segundo a Agência.
A magnitude na escala Richter (5,0) equivale à intensidade do terremoto no epicentro, enquanto a escala japonesa (4) considera o nível de abalo sentido na superfície da terra.
“Não houve relatos imediatos de feridos graves na cidade onde ocorreu o epicentro e arredores, disse o porta-voz do governo japonês”, Yoshihide Suga, em entrevista coletiva, de acordo com a Kyodo News.
No entanto, o tremor afetou meios de transportes públicos, com todos os serviços de shinkansen (trem-bala) parados entre Kumamoto e Hakata, na província de Fukuoka. Segundo a ‘Kyodo’, dois trens de alta velocidade realizaram paradas de emergência entre algumas estações na província de Kumamoto, segundo informou a Companhia Ferroviária de Kyushu.
Bombeiros locais disseram que uma mulher de 80 anos, na cidade de Mashiki, foi levada ao hospital local com dores no pescoço. Um total de 33 pessoas de 20 famílias se refugiaram temporariamente em instalações comunitárias em Nagomi e na cidade de Kumamoto, segundo o governo da província.
A Kyushu Electric Power informou que não houve falta de energia em Kumamoto, província fortemente atingida por uma série de terremotos em abril de 2016.
» Saiba tudo sobre os fortes terremotos de 2016 em Kumamoto
Autoridades de serviços públicos locais informaram que não houve anormalidades nas usinas nucleares de Genkai, Sendai e Ikata.
“Sentimos agitações verticais curtas e sucessivas”, disse Koji Fukuda, de 47 anos, proprietário de uma loja de macarrão em Nagomi, acrescentando que, no momento do tremor, seus clientes se esconderam debaixo das mesas e, felizmente, ninguém ficou ferido, informou a ‘Kyodo’.
“O tremor foi pior do que o terremoto de 2016 e eu pensei que o prédio entraria em colapso. Foi assustador”, disse à Kyodo o funcionário de uma loja de roupas na cidade.
Em coletiva de imprensa, uma autoridade da Agência Meteorológica do Japão disse acreditar que o terremoto de quinta-feira não tenha relação com os terremotos de 2016 na cidade de Mashiki, epicentro do tremor em Kumamoto que, na época, dois deles registraram grau 7, nível mais alto na escala japonesa.
Contudo, Shinji Toda, professor de sismologia da Universidade de Tohoku, disse que, embora a verificação seja necessária, o último terremoto pode ter sido desencadeado por aqueles que atingiram a província de Kumamoto em 2016, portanto, são tremores secundários.
Segundo Toda, desde 2016 o número de terremotos secundários com forte intensidade diminuiu significativamente, mas vários tremores pequenos continuaram ao longo dos anos atingindo áreas afetadas.
“No entanto, a possibilidade de um terremoto extremamente forte no futuro é muito baixa”, amenizou o professor de sismologia.
Contudo, a Agência Meteorológica Japonesa alertou que um terremoto de aproximadamente a mesma intensidade poderá ocorrer na próxima semana.
O governo central montou uma força-tarefa de emergência no gabinete do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para verificar qualquer dano com as municipalidades locais.
“Houve tantos desastres naturais em todo o país no ano passado (…) então eu não esperava que houvesse um terremoto tão cedo neste ano. Eu tenho medo de tremores secundários”, disse um homem de 45 anos que gerencia uma fonte termal em Nagomi
O Japão faz parte do chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo, e sofre terremotos diariamente. Mediante isso, o país possui uma infraestrutura desenvolvida para resistir tremores que poderiam ser fatais em outras partes do mundo.
Série de desastres naturais atinge o Japão entre julho e setembro
A economia japonesa foi fortemente afetada pela série de desastres naturais que castigaram o país no terceiro trimestre de 2018, entre eles as graves inundações no oeste em julho, o poderoso tufão que causou estragos na cidade de Osaka e arredores no início de setembro e o forte terremoto em Hokkaido em torno das mesmas datas.
Do Mundo-Nipo
Fontes: Japan Meteorological Agency | Kyodo News.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.