Os ministros e representantes de 12 países assinaram nesta quinta-feira (4) na cidade de Auckland, na Nova Zelândia, o Tratado Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que representa cerca de 40% do PIB mundial. O TPP foi assinado pelos ministros e representantes de Estados Unidos, Japão, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Peru, Malásia, México, Nova Zelândia, Cingapura e Vietnã.
O novo bloco econômico prevê que o processo de ratificação pelos diferentes parlamentos nacionais dure cerca de dois anos.
O acordo reflete “a confiança em que a abertura e a integração de nossos mercados e investimentos propiciará a prosperidade de nossos povos”, disse o primeiro-ministro neozelandês, John Key, durante o ato.
Key destacou que o pacto representa um terço das exportações mundiais e abrange um mercado de 800 milhões de pessoas, e antecipou que seu governo o apresentará ao parlamento na próxima terça-feira, para que seja ratificado.
Após a assinatura do TPP, que é considerado como um contrapeso à influência econômica da China na região, os países signatários se mostraram dispostos a que o tratado aceite mais membros no futuro, inclusive o gigante asiático.
“O TPP não está voltado contra um país em particular, mas rumo ao estabelecimento de padrões mais altos para a região. Estamos vinculados à China, assim como todos os países da região, e é importante ter uma relação econômica construtiva com eles”, disse o representante de Comércio Exterior dos EUA, Michael Froman.
Indonésia e Filipinas manifestaram nos últimos meses seu interesse em incorporar-se a este tratado comercial, assim como outros países latino-americanos como a Colômbia.
O ministro das Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz, ressaltou, por sua vez, que o TPP é “perfeitamente compatível” com o avanço da Área de Livre-Comércio da Ásia-Pacífico, promovido pelo Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que inclui a China.
“A China é o principal parceiro comercial do Chile e esperamos aprofundar esta relação, por isso pensamos que devemos convergir ao invés de vê-lo como uma divergência”, disse Muñoz em entrevista coletiva.
A assinatura do tratado aconteceu em meio a fortes medidas de segurança em Auckland, onde centenas de pessoas se manifestaram contra o acordo comercial levando cartazes nos quais se liam mensagens como “Se a injustiça é a lei, a rebelião é nosso dever”.
O TPP foi muito criticado pelo sigilo que rodeou as conversas, que começaram em 2010 e concluíram em outubro do ano passado. ONGs e centrais sindicais alertaram para a ameaça que esta aliança representa aos direitos trabalhistas, para o acesso aos remédios e para o meio ambiente.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comemorou a assinatura do acordo e disse que este tratado daria ao país uma vantagem sobre outras economias líderes, especialmente sobre a China.
“O TPP permite que os Estados Unidos – e não países como a China – escrevam as normas de circulação no século XXI, o que é especialmente importante numa região tão dinâmica como a Ásia-Pacífico”, afirmou Obama em comunicado após a assinatura do acordo na Nova Zelândia por 12 países, entre eles os Estados Unidos.
(Da agência EFE)
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