Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar avançou sobre o real pelo quarto pregão consecutivo e fechou em alta de mais 2% nesta segunda-feira (4), após o Banco Central sinalizar, na quinta-feira (30), que deve rolar apenas parcialmente o lote de contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares, que vence em junho.
A moeda norte-americana avançou 2,24% e encerrou o dia cotada a R$ 3,0807 na venda, após subir 1,88% na quinta-feira, último dia de negociação na semana passada, já que na sexta-feira o mercado não operou em virtude do feriado do Dia do Trabalho. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro nesta segunda-feira ficou em torno de US$ 730 milhões.
A alta do dólar hoje foi o maior avanço percentual diário em mais de um mês, desde 25 de março, quando a moeda norte-americana subiu 2,43%, a R$ 3,203. Nos três pregões anteriores, o dólar valorizou de 3,13% e agora acumula alta de 5,37% em apenas quatro sessões.
Na quinta-feira, logo após o fechamento dos negócios, o BC anunciou que faria nesta manhã o leilão de rolagem de swaps cambiais com oferta de até 8,1 mil contratos. Se mantiver esse ritmo de oferta diária até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, rolará cerca de 80% lote total, equivalente a US$ 9,656 bilhões de dólares. A autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps no leilão.
“Se o BC não faz questão de coibir essa alta do dólar, o mercado aproveita e puxa a cotação”, o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano, à agência de notícias Reuters.
A perspectiva de que a recuperação da economia dos Estados Unidos abre espaço para uma alta de juros em breve também vem pressionando o câmbio globalmente. Na sexta-feira, com o mercado brasileiro fechado, uma leva de dados positivos sobre a maior economia do mundo reforçou essas apostas e levou a moeda norte-americana à máxima em duas semanas contra o iene.
O relatório de emprego do governo dos EUA, a ser divulgado na sexta-feira, deve trazer mais pistas sobre esse tema, sustentando a volatilidade nos mercados. De maneira geral, no entanto, analistas não esperam que o dólar volte a ser negociado nas máximas atingidas em março, acima de 3,20 reais, uma vez que a alta taxa de juros brasileira deve manter o fluxo de investimentos para ativos domésticos.
“Comparado com outros países emergentes, o Brasil ainda oferece rendimentos excelentes, mesmo descontando todos os riscos”, disse à Reuters o operador de uma corretora nacional.
Analistas esperam dólar a R$ 3,20 no final de 2015
Economistas ouvidos pelo Banco Central projetaram que, no final deste ano, a cotação do dólar será de R$ 3,20. A mesma previsão já havia sido feita por eles na semana passada.
Para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, os analistas esperam queda de 1,18%. A previsão divulgada na semana passada era de encolhimento de 1,1%.
Já a expectativa para a Selic, a taxa básica de juros, ao final de 2015 passou para 13,5%, ante os 13,25% projetados na segunda-feira passada (27).
Leilões do Banco Central
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Até março, o BC realizava leilões diários de novos contratos de swap cambial, com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana.
Os investidores, em vez de comprar dólares, ficavam com um papel, que garantia um preço predeterminado mais para a frente. Com a compra de papel no lugar do dólar, a procura pela moeda tendia a cair, e seu preço, também.
Em março, o BC encerrou o programa de intervenções, mas manteve a rolagem dos lotes integrais dos contratos, mês a mês.
(Com informações das agências Valor Online e Reuters)
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