Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em forte alta nesta sexta-feira (4) e renovou sua máxima em 13 anos, encerrando a terceira semana seguida de ganhos, em meio ao ambiente de tensão envolvendo o cenário econômico e político no Brasil. O avanço da moeda americana no exterior também contribuiu para o movimento no mercado local, após a divulgação de números que ampliaram as apostas de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
A moeda norte-americana saltou 2,68%, encerrando cotada a R$ 3,8605 na venda. É o maior valor de fechamento desde 23 de outubro de 2002, quando valia R$ 3,915. Na máxima desta da sessão, o dólar foi a R$ 3,8625 reais, maior patamar intradia desde 24 de outubro de 2002 (R$ 3,900).
Com o resultado, o dólar encerra a semana com valorização de 7,68%. É a terceira seguida de ganhos. No mês, acumula alta de 6,43% e, no ano, avanço de 45,2%.
No exterior, os números do payroll (relatório de emprego dos EUA) elevaram a busca por dólares ao redor do mundo.
O país criou 173 mil empregos em agosto, abaixo da previsão de 220 mil vagas, mas os saldos de julho e junho foram revisados em alta – de 215 mil para 245 mil e de 223 mil para 245 mil, respectivamente.
Na visão do mercado, a melhora do setor permitirá uma alta de juros nos EUA em um futuro próximo, talvez já em setembro, o que é ruim para moedas de países emergentes.
Juros mais elevados nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países, como o Brasil. Com menos dólar no mercado, ele tende a ficar mais caro.
No Brasil, os investidores continuavam preocupados com o cenário político e econômico. Na véspera, o vice-presidente Michel Temer afirmou, em encontro com empresários, que considera difícil a presidente Dilma Rousseff concluir o atual mandato se a popularidade dela continuar muito baixa.
O governo fez esforço para demonstrar que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, segue na condução da economia do país, apesar de especulações de que ele poderia deixar o cargo.
“O mercado arrefeceu ontem depois da notícia que o ministro Levy fica, mas ainda permanece esse ranço, essa preocupação de até que ponto isso é verdade”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo à agência de notícias Reuters.
Segunda-feira será feriado do Dia da Independência no Brasil e do Dia do Trabalho nos EUA e, para completar, os mercados chineses reabrem após o feriado de ontem e hoje, o que ajudou a manter os investidores cautelosos nesta sessão.
Atuações do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 9.450 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) para a rolagem do lote que vence em outubro.
Ao todo, o BC já rolou US$ 1,823 bilhão, ou cerca de 19% do total de US$ 9,458 bilhões e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote até o final deste mês.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações das Agências Reuters e Estadão)
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