Japão caçou dezenas de baleias em área protegida na Antártida

A caça japonesa às baleias ocorreu no Mar de Ross, área especial com proteção a vida selvagem na Antártida.
Baleia no Mar de Ross Antartida Foto Reproducao Huffington Post 900x600 min
Mar de Ross, na Antártida | Foto: Reprodução / Huffington Post

Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês) denunciou que o Japão caçou mais de 50 baleias-anãs este ano em uma área protegida do Mar de Ross, na Antártida. Segundo noticiou a agência Efe, na denúncia feita na terça-feira (4), o WWF “exigiu uma solução” para a questão.

“Supõe-se que o Mar de Ross tem uma proteção especial contra as atividades humanas para proteger a vida selvagem na Antártida. Aqueles que comemoraram a criação deste santuário oceânico ficaram horrorizados pelo massacre de baleias”, disse Chris Johnson, do programa antártico da WWF, através de um comunicado.

A denúncia das caças no Mar de Ross, uma das maiores áreas protegidas do mundo com cerca de 1,55 milhão de km² criados em 2006, será apresentada hoje na abertura da reunião da Comissão Internacional da Baleia (CIB), em Florianópolis, de acordo com o WWF.

No encontro, o Japão planeja solicitar a retomada da caça comercial de certas espécies, entre elas a baleia-anã, que é estimada como relativamente abundante.

O WWF disse que, apesar das restrições no Mar de Ross, o Japão realizou uma “caça científica de baleias” se aproveitando de algumas lacunas legais, o que exigiu à Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCRVMA) que busque encerrar esta prática.

“Somente a CIB pode fechar o vácuo legal que permite que as baleias sejam caçadas em áreas protegidas. A CCRVMA precisar dar um passo adiante e trabalhar ao lado da CIB para assegurar que isso aconteça”, enfatizou Johnson.

A CCRVMA não pode controlar a caça de baleias na região e em seu lugar, os países membros da CIB podem conceder permissões especiais para a captura dos cetáceos.

No caso do Japão, esta permissão NewRep-a lhe permite caçar 333 baleias-anãs a cada ano no Oceano Antártico até o ano de 2027.

A CBI estabelece o apoio mínimo de três quartos de seus 88 membros para fixar cotas de captura ou zonas de “santuário”, onde a caça às baleias é proibida, mas Tóquio quer propor uma redução para a maioria simples.

O Japão assinou a moratória total sobre a caça às baleias para fins comerciais estabelecidos em 1986, para tratar de conservar a espécie e nesse mesmo ano realizou programas de capturas científicas, os quais defendem que buscam contribuir para a gestão dos recursos marítimos.

Da Agência Efe Brasil.


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