O principal indicador da inflação ao consumidor no Japão cresceu pelo décimo mês consecutivo em outubro na comparação anual, maior série de crescimento após crise econômica mundial deflagrada em 2008, o que sinaliza relativo progresso nos esforços do governo do país para atingir a meta de 2% de inflação e assim impulsionar o crescimento da terceira maior economia mundial.
O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que inclui produtos derivados de petróleo (energia), mas exclui os preços voláteis de alimentos frescos, subiu 0,8% em outubro ante o mesmo mês do ano anterior, de acordo com a leitura preliminar divulgada na sexta-feira pelo Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações.
O resultado ficou em linha com a previsão mediana de mercado e ocorre após crescimento de 0,7% apurado em setembro, segundo dados revisados.
Na comparação mensal, o núcleo cresceu 0,2% e situou-se em 100,6 pontos contra uma base de 100 estabelecida em 2015.
Segundo o ministério, o crescimento em outubro é devido ao avanço nos preços de derivados de petróleo, sobretudo a gasolina e o querosene, além do encarecimento de “alguns itens” relacionados à saúde.
Já o índice do núcleo que elimina os efeito de alimentos frescos e de energia, medida preferida pelo Banco do Japão (BoJ, o banco central japonês) para avaliar a inflação, registrou alta de 0,2% em outubro ante um ano antes, mesmo ritmo de crescimento apurado em setembro. O índice nessa base de comparação ficou em 101,0 pontos em outubro.
O resultado pode aumentar a especulação recente sobre um movimento de aperto dos juros pelo BC do Japão, uma vez que os preços estariam avançando na direção da meta de inflação de 2% ao ano. Alguns analistas dizem que se os preços no consumidor atingirem 1%, tornaria mais fácil para o BoJ justificar o aumento das metas de taxas de juros.
O CPI é um dado observado de perto pelos banqueiros centrais japoneses e formuladores de políticas monetárias no trabalho de superar as crônicas deflação e estagnação econômica que atingiram o Japão por uma década num passado recente, por meio da criação de um ciclo virtuoso de salários mais altos, maiores gastos e subida da inflação.
Enquanto isso, o núcleo dos preços ao consumidor em Tóquio, disponível um mês antes dos dados nacionais e, portanto, considerado um termômetro para a inflação no resto do país, subiu 0,6% em outubro na base anual, igualando os resultados de setembro.
O dado em Tóquio é referente ao núcleo do CPI que expurga os preços de alimentos frescos.
O mercado de trabalho mais apertado é um fator que pode aumentar os ganhos salariais e assim forçar os preços. Embora a taxa de desemprego tenha ficado estável entre setembro e outubro, em 2,8%, enquanto a oferta de emprego seguiu batendo recordes de crescimento no mercado de trabalho japonês.
Do Mundo-Nipo
Fontes: Jornal Valor Econômico | Jornal Nikkei | Ministério dos Assuntos Internos do Japão.
*A tabela com os dados completos pode ser conferida no site do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações.
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