A oferta de emprego no Japão melhorou em outubro, registrando seu primeiro crescimento em 18 meses. O resultado, no entanto, contrasta com a taxa de desemprego no país, que subiu ao maior ritmo desde maio de 2017, situando em 3,1% ante 3,0% registrado em setembro, à medida que mais pessoas voltaram ao mercado de trabalho em meio a uma perspectiva de empregos fracos em razão da pandemia, informou o jornal financeiro Nikkei Asia.
“A demanda por empregos de meio período aumentou lentamente em setores como restaurantes em outubro”, disse Takuya Hoshino, economista do Dai-ichi Life Research Institute.
Segundo ele, as grandes corporações, como companhias aéreas, trabalharam muito para evitar demissões este ano, emprestando funcionários a outras indústrias. Mas esses esforços serão difíceis de sustentar se a queda se prolongar. “A disseminação da perda de empregos entre trabalhadores regulares e não regulares seria um sinal de alerta para a economia”, disse Hoshino.
Enquanto isso, a disponibilidade de empregos no Japão deu seu primeiro sinal de melhora em cerca de 1 ano e meio, conforme a economia se recuperava da recessão induzida pelo coronavírus.
A proporção de oferta de emprego por candidatos, antecedente do mercado de trabalho, situou-se em 1,04 em outubro, ante a 1,03 em setembro, na primeira retoma em 18 meses.
A proporção significa que havia 103 vagas de emprego para cada 100 candidatos, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social do Japão.
Economistas alertam que a demanda por trabalho pode reduzir em novembro, quando a última onda de infecções por coronavírus começou no Japão.
Uma leitura acima de 1 indica que há mais empregos disponíveis do que pessoas procurando emprego.
Recorde do indicado no ano passado
O indicador de disponibilidade de empregos atingiu 1,63 no ano passado, o maior em 45 anos. O número seria animador se não fosse em razão do descenso de pessoas em idades aptas ao trabalho, uma vez que o país sofre com o tétrico envelhecimento populacional.
Crise econômica
Em ciclos econômicos anteriores, o indicador de disponibilidade de empregos caiu para apenas 0,5 no mínimo, inclusive após a alta em 1973 nos preços do petróleo e na crise financeira global em 2008.
Mas a situação não deve piorar tanto na atual crise, em parte por causa dos esforços do governo para apoiar o emprego e por causa da redução de mão de obra.
No entanto, os economistas preveem que a proporção pode cair para menos de um no final do ano se as infecções por coronavírus restringirem a atividade econômica.
Recuperação
A demanda por mão de obra tem se recuperado lentamente em setores duramente atingidos pela pandemia, incluindo restaurantes, hotéis e varejistas. Em contraste, a demanda é forte na construção.
O Produto Interno Bruto do Japão (PIB) se recuperou em 5,0% no trimestre de julho a setembro em relação aos três meses anteriores, após o tombo de 8,2% em abril a junho.
Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Nikkei Asia.
Atualizado em 08/12/2020.
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