A Academia Nacional de Defesa do Japão realizou nesta terça-feira (5) sua primeira cerimônia de ingresso desde que as novas leis de “autodefesa coletiva” entraram em vigor no mês passado, cujo pacote de normas permite às tropas do país combater no exterior pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
De acordo com a emissora pública ‘NHK’, cerca de 500 novos alunos participaram da cerimônia realizada na academia em Yokosuka, ao sul de Tóquio. O significativo contingente de estudantes expandirá o escopo das Forças de Autodefesa do Japão (JSDF, na sigla em ingês) para missões no exterior.
No juramento de entrada, os alunos prometeram observar a Constituição, entre outras leis do país, para não se engajar em atividades políticas, jurando também fazer o seu melhor na academia, onde irão estudar por quatros anos até se formarem.
Durante a cerimônia, o chefe da academia, Ryosei Kokubun, disse que a instituição foi criada para treinar o quadro da JSDF sob os valores do pós-guerra, que defendem a liberdade e a democracia.
Ele também expressou esperanças de que os “alunos venham a desempenhar um papel importante na criação de um futuro melhor”, conforme noticiou a ‘NHK’.
Nova Legislação de Segurança Nacional do Japão
A controvertida reforma militar, que entrou em vigor no dia 29 de março, foi impulsionada pelo conservador Partido Liberal-Democrata (PLD) do primeiro-ministro Shinzo Abe e pelo budista Novo Komeito, e aprovada na Câmara Alta em setembro do ano passado em meio a grandes protestos.
O pacote de normas concede maiores competências às Forças de Autodefesa do Japão com o objetivo de que o país tenha mais peso estratégico no cenário internacional, o que tem sido duramente criticado por grande parte da população japonesa e defensores internacionais do pacifismo, em vista que isto porá um fim a Constituição pacifista do Japão.
Cerca de 50% dos japoneses rejeitam a modificação na lei, enquanto 39% é a favor, segundo uma pesquisa realizada no mês passado pela agência de notícias ‘Kyodo’.
Logo após a entrada em vigor da reforma, o Ministério da Defesa anunciou que detalhará em abril os procedimentos para uma possível participação das tropas japonesas em operações no exterior, e fará manobras para este tipo de intervenções já nos próximos meses.
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