Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar avançou sobre o real pela quinta sessão consecutiva nesta sexta-feira (6), fechando acima de R$ 3 e marcando sua maior valorização semanal desde novembro de 2008, influenciado por preocupações econômicas no Brasil e por dados melhores que o esperado sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 1,49%, cotada a R$ 3,0565 na venda. É o maior nível de fechamento desde 27 de julho de 2004.
Nesta semana, o dólar avançou mais de 1% ante o real em todos os 5 pregões, o que fez a moeda acumular alta de 7,02%, maior valorização semanal desde a semana encerrada em 21 de novembro de 2008, quando subiu 8,38%. No ano, até agora, a divisa já acumula alta de 14,96%.
O movimento no mercado local acompanhou a forte valorização do dólar no exterior, sustentado por dados melhores que o esperado do mercado de trabalho americano. O relatório de emprego (payroll) mostrou que foram criadas 295 mil vagas em fevereiro, muito acima da expectativa do mercado que era de 240 mil postos de trabalho, e superior à criação de 257 mil vagas em janeiro.
O dado reforça a leitura de que com a economia americana se recuperando, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) tem espaço para começar a subir a taxa básica de juros.
As preocupações sobre o futuro do plano de ajuste das contas públicas no Brasil têm elevado as cotações do dólar nas últimas semanas. Alguns investidores têm evitado ativos brasileiros, temendo que o governo não seja capaz de resgatar a credibilidade da política fiscal.
Dúvidas sobre a mudança de atuação do Banco Central no câmbio, após a autoridade monetária sinalizar a possibilidade de rolagem parcial do lote de US$ 9,964 bilhões em contratos de swap (equivalente a venda futura de dólares) que vence em abril, reforçam a demanda pela moeda americana.
Esse aumento da procura por hedge no mercado futuro é liderado pelos investidores estrangeiros, cuja posição líquida comprada em dólar atingiu novo recorde e somava US$ 37,652 bilhões.
Em entrevista publicada na edição desta sexta-feira na “Folha de S.Paulo”, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que muitos acham que uma desvalorização cambial “resolveria tudo” no Brasil. Mas sugeriu que soluções aparentemente fáceis podem ser inadequadas. Na mesma entrevista, o ministro reafirmou que não reduzirá a meta de superávit primário para este ano, de 1,2% do PIB.
O encontro entre Levy e Tombini ocorre na semana em que representantes da S&P estão em visita ao país para avaliar a nota de crédito do Brasil.
Atuação do Banco Central no câmbio
A disparada da moeda norte-americana levava muitos operadores a especular que o Banco Central poderia elevar a oferta de swaps cambiais de forma a rolar integralmente o lote que vence em abril. Essa expectativa contribuiu para manter o dólar em baixa pela manhã.
Se mantiver até o penúltimo pregão do mês o ritmo atual de rolagem de swaps, com a oferta de 7,4 mil contratos por dia, a autoridade monetária rolará perto de 80% do lote de abril, que equivale a US$ 9,964 bilhões.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, divididos igualmente entre os vencimentos em 1º de dezembro de 2015 e 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98,1 milhões.
O BC também fez mais um leilão para rolar os contratos que vencem em 1º de abril: 3.100 contratos para 1º de abril de 2016 e 4.300 contratos para 1º de junho, com volume equivalente a US$ 358,1 milhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 1,793 bilhão, ou cerca de 18% do lote total, correspondente a US$ 9,964 bilhões.
(Com informações das agências Valor Online e Reuters)
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