Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em baixa ante o real nesta quarta-feira (6), a segunda desvalorização consecutiva, influenciado por números mais fracos que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos e por renovadas preocupações com a viabilidade do ajuste fiscal no Brasil.
A moeda norte-americana recuou 0,72% e encerrou o dia cotada a R$ 3,0466 na venda, após recuar 0,39% na véspera. De acordo com a agência Reuters, a moeda chegou a cair 1,53%, quando foi negociada a R$ 3,0217 na mínima do dia. Apesar do segundo recuo consecutivo, o dólar acumula valorização de 1,11% em maio.
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão, contra cerca de US$ 1,5 bilhão na terça-feira.
O setor privado dos EUA abriu 169 mil vagas de trabalho no mês passado, menor número desde janeiro de 2014 e muito abaixo das expectativas de analistas.
Investidores temem que a economia norte-americana pode não ter se recuperado tão rapidamente quanto o esperado da desaceleração por que passou no primeiro trimestre, o que poderia levar o Federal Reserve a adiar o início do ciclo de aperto monetário.
“Tivemos números fracos (sobre os EUA) no primeiro trimestre e uma leva de números fortes mais atuais. Então a dúvida é se a fraqueza do começo do ano vai se estender ou não”, disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, à Reuters.
Declarações do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, ajudaram a divisa a afastar-se das mínimas da sessão. O ministro ressaltou que o custo dos swaps cambiais que o Banco Central tem vendido é elevado, mas que o governo já começou a reduzir essa despesa.
Aliado à recente indicação de que o lote de swaps que vence em junho deve ser rolado apenas parcialmente, a declaração levou investidores a especularem que a autoridade monetária pode aproveitar ocasiões como a recente queda do dólar para reduzir sua posição.
Investidores ainda mostram dúvida sobre a trajetória futura do câmbio. No mês passado, a divisa chegou a recuar a R$ 2,90, mas voltou a ser pressionada nas últimas sessões. Pesquisa da Reuters com analistas aponta que a divisa deve ir a R$ 3,2550 em doze meses.
O Brasil registrou entrada líquida de US$ 13,107 bilhões em abril, o melhor resultado mensal desde julho de 2011.
Os investidores ainda ficaram de olho nas negociações para a votação no Congresso das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo federal. A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira acreditar na “sensibilidade” de parlamentares para as medidas sejam votadas.
Leilões de contratos de dólar do Banco Central
Nesta quarta, o Banco Central vendeu todos os 8.100 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) oferecidos em um leilão de rolagem.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Até agora, o BC já rolou 12% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões. Na última quarta-feira (30), o BC tinha sinalizado que deve rolar apenas parcialmente o lote de contratos que vencem em junho.
(Com informações das agências Valor Online e Reuters)
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