Mesmo intervindo no mercado cambial de forma mais intensa, o Banco Central não tem conseguido conter o avanço do dólar, que renovou nesta quarta-feira sua máxima desde março de 2016, com os investidores mantendo o foco na política e economia local.
Ao término das negociações desta quarta, o dólar registrava alta de 0,72%, cotado a R$ 3,8371 na venda. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,8493. Na véspera, a moeda dos EUA saltou 1,77%.
O mercado interno continua monitorando os desdobramentos das intenções de voto para as eleições presidenciais, com investidores de olho na possibilidade de vitória de um candidato que não seja a favor de reformas para promover o ajuste nas contas públicas.
A persistência do dólar para cima demonstra o grau de nervosismo alcançado pelo mercado, o que é amplamente percebido também nas operações na renda fixa, destacou o ‘Valor Online’.
O movimento de piora, a despeito das intervenções do Banco Central e do Tesouro Nacional, confirma a percepção de que, dado um maior grau de risco, os ativos precisam se ajustar para patamares mais depreciados, detalha o Valor.
Ainda de acordo com o ‘Valor’, a pressão sobre os preços, porém, reflete também uma maior desconfiança com a maneira pela qual BC e Tesouro tem agido para debelar o estresse nas mesas de operação. E esse mal-estar ainda deriva de maio, quando o BC surpreendeu ao manter a Selic estável em 6,50%, mesmo após, na visão do mercado, ter sinalizado novo corte. A estabilidade do juro frustrou uma série de apostas do mercado e provocou uma forte reprecificação nos juros.
Intervenção do Banco Central no câmbio do dólar
Para conter a desvalorização do real, o Banco Central tem atuado no mercado cambial de forma mais intensa. Na véspera, fez intervenção adicional ao anunciar leilão de até 30 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares.
Nesta manhã, o BC voltou ao padrão recente e já vendeu o lote integral de até 15 mil novos swaps, injetando US$ 4,116 bilhões neste mês no mercado.
A autoridade monetária também anunciou oferta de até 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o volume de US$ 8,762 bilhões.
Fontes: Agência Reuters | G1 Economia | Valor Online.