Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar avançou sobre o real pela sexta sessão consecutiva nesta quinta-feira (6), fechando acima de R$ 3,53 pela primeira vez em mais de 12 anos, reagindo ao cenário político conturbado no Brasil e a expectativas de alta de juros nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 1,39%, cotada a R$ 3,5374 na venda, maior cotação desde 5 de março de 2003, quando valia R$ 3,555. A valorização acumulada em seis sessões chega a 6,25%.
Na máxima da sessão, o dólar subiu 2,35%, negociado a R$ 3,5709, mas perdeu força após o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, afirmar em entrevista ao ValorPro, serviço do jornal Valor Econômico, que o preço do dólar ante o real “está claramente esticado” e que ele entende que “os agentes estão agindo aparentemente com pouca racionalidade”.
Pesquisa Datafolha mostrou nesta quinta-feira que a impopularidade da presidente Dilma Rousseff é recorde entre todos os presidentes desde 1990 e dois terços da população acreditam que o Congresso deveria abrir processo de impeachment contra a petista.
A perspectiva de que os juros norte-americanos subam no mês que vem também tem contribuído para elevar o dólar globalmente. Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no mercado local.
Por isso, operadores aguardam a divulgação, na sexta-feira, do dado de geração de vagas no mercado de trabalho norte-americano para calibrar suas apostas sobre a política monetária da maior economia do mundo.
A Bradesco Corretora elevou nesta manhã suas projeções para o câmbio no Brasil, estimando dólar a R$ 3,60 no fim deste ano e R$ 3,90 no fim de 2016, contra R$ 3,25 e R$ 3,40 respectivamente. O Bank of America Merrill Lynch também revisou a perspectiva para o dólar a R$ 3,80 no fim do ano e a R$ 4,10 no fim de 2016, ante projeção anterior de R$ 3,5 e R$ 3,80, respectivamente.
Atuações do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos contratos que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou o correspondente a US$ 1,167 bilhão, ou cerca de 12% do lote total, equivalente a US$ 10,027 bilhões. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo dia útil do mês, como de praxe, o BC rolará cerca de 60% do lote.
(Com informações da agência Reuters)
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