Presidente chinês quer retomar relações com Japão

Xi Jinping ofereceu um raro “sinal de paz” ao primeiro-ministro Shizo Abe, durante o primeiro encontro em mais de um ano entre eles.
Xi Jinping Foto Kyodo Xinhua YA06092016
Xi Jinping (Foto: Kyodo/Xinhua)

O presidente da China, Xi Jinping, ofereceu ontem um raro “sinal de paz” ao primeiro-ministro do Japão, Shizo Abe, durante o primeiro encontro em mais de um ano entre os líderes da segunda e terceira potências econômicas do planeta.

Pequim e Tóquio vivem renovadas tensões por conta de uma disputa territorial envolvendo um pequeno arquipélago no Mar da China Oriental. Xi, no entanto, considerou que ambos governos devem “pôr de lado os atritos” e voltar ao normal desenvolvimento das relações, de acordo coma agência estatal Xinhua.

Em contrapartida, a agência de notícias japonesa Kyodo noticiou hoje que Abe expressou sentimentos semelhantes, afirmando que Tóquio deseja “gerir os assuntos difíceis” e promover uma cooperação de benefício mútuo com o país vizinho.

A relação entre China e Japão, segunda e terceira maiores economias do mundo, respectivamente, é amplamente considerada crucial para a estabilidade regional. Contudo, a disputa em torno da soberania do arquipélago situado no Mar da China Oriental, denominado Diaoyu na China e Senkaku e no Japão, tem sido principal motivo do alargamento das tensões, principalmente pelas insistentes incursões de navios militares chineses no entorno dessas ilhas, que atualmente são controladas por Tóquio.

Os atuais comentários “afetuosos” de Xi e Abe contrastam com a postura demonstrada por eles da última vez que se encontraram, em 2014, à margem do Fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), num momento que ficou marcado pela forma fria com que se cumprimentaram.

As relações deterioraram ainda mais nos últimos meses, devido às críticas do Japão à postura da China no Mar do Sul da China, onde Pequim tem construído ilhas artificiais e instalações militares.

Abe criticou abertamente Pequim por recusar acatar com a decisão de um tribunal internacional, que ditou que as reclamações chinesas de quase todo o Mar do Sul da China não têm base legal.

O encontro de ontem decorreu após o final da Cúpula do G20 (grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo), que se realizou esta semana na cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e contou com a participação de Michel Temer, que busca consolidar sua legitimidade como presidente do Brasil dentro e fora do país.

 


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