O dólar avançou pela segunda sessão seguida e fechou, nesta quinta-feira (7), no maior valor em relação ao real em mais de três meses, com os mercados globais mantendo-se preocupados com a economia da China após nova desvalorização do iuan, o que gerou mais um dia de aversão a risco e levou investidores procurarem por ativos considerados mais seguros.
A moeda norte-americana subiu 0,77%, cotada a R$ 4,0525 na venda, maior valor de fechamento desde 29 de setembro, quando valia R$ 4,059. Na máxima desta sessão, a divisa dos EUA subiu mais de 1% ante o real e atingiu R$ 4,0745.
Na véspera, o dólar havia avançado 0,7% e, com o resultado nesta quinta-feira, acumula valorização de 2,65% nas quatro primeiras sessões de 2016.
Contexto externo
O que deflagrou a onda de nervosismo nos mercados foi a desvalorização de 0,5% na taxa de referência diária do yuan frente ao dólar, o maior ajuste promovido pela autoridade monetária do país desde agosto do ano passado. A iniciativa do BC chinês levou a Bolsa de Xangai a cair mais de 7%, acionando o “circuit breaker” apenas 30 minutos após o início da sessão – o mais curto pregão em 25 anos de história do mercado de capitais no país.
A autoridade reguladora do mercado de capitais da China anunciou hoje que decidiu suspender o novo mecanismo de “circuit breaker”. Além disso, notícias apontam que o banco central da China está estudando medidas para aumentar o controle de capital no mercado onshore e reduzir a possibilidade de arbitragem em relação à taxa negociada no mercado offshore.
O receio dos mercados é que essa desvalorização do yuan imposta pelo BC chinês possa ser apenas a ponta do “iceberg” e sinalize uma preocupação das autoridades chinesas com uma retração maior da economia. “Alguns analistas já falam que pode estar havendo uma saída de capitais da China que estaria forçando o banco central chinês a desvalorizar a moeda e vender reservas”, disse o estrategista da XP Investimentos em Nova York, Daniel Cunha, à agência Valor Online.
Por outro lado, lembra Cunha, uma desaceleração forte da China pode levar o Federal Reserve a reduzir o ritmo de aperto monetário, o que ajudaria amenizar o impacto da aversão a risco causada pela China.
Cenário nacional
No Brasil, investidores continuavam buscando pistas sobre a estratégia do governo para lidar com a crise econômica. Muitos operadores entenderam a substituição de Nelson Barbosa por Joaquim Levy no ministério da Fazenda como um sinal de que o ajuste das contas públicas não deverá ser tão rígido.
Atuações do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central realizou mais um leilão de rolagem dos contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos.
Até o momento, o BC já rolou o equivalente a US$ 2,263 bilhão, ou cerca de 22% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.
Fontes: Agência Valor Online | Agência Reuters.
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