Minorias sexuais são alvos de discriminação em escolas japonesas

Declarações de ódio anti-LGBT são praticamente onipresentes nas escolas japonesas, confinando os alunos LGBT ao silêncio.
Sala de aula em escola no Japao Foto Flickr Angie Harms
Flickr@Angie Harms

As minorias sexuais, ou seja, LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgênero), têm sido alvos constantes de declarações de ódio nas escolas do Japão, incluindo alunos e, por vezes, os próprios professores, de acordo com um relatório divulgado ontem (6) pela organização Human Rights Watch (HRW).

“A retórica de ódio anti-LGBT é praticamente onipresente nas escolas japonesas, confinando os alunos LGBT no silêncio, no ódio em relação a si mesmos e em alguns casos na violência em relação a si mesmos”, afirmou a organização de defesa dos direitos humanos com sede em Nova York, conforme noticiou a agência de notícias ‘AFP’.

O estudo da HRW tem como base uma pesquisa efetuada com alunos de minorias sexuais, bem como os professores, que são apontados pela organização como elementos fundamentais para questão.

“A ausência de informação associada aos comentários de ódio generalizados tanto entre os alunos quanto entre os professores faz com que estas crianças sintam vergonha e asco”, diz o relatório.

Quase todas as pessoas questionadas “dizem ter ouvido comentários anti-LGBT em seu estabelecimento, tais como ‘asqueroso’, ‘homo’ ou coisas como que ‘estas criaturas não deveriam ter nascido nunca'”,  afirma o estudo.

Segundo a ‘AFP’, a organização destaca que esta discriminação não é exclusiva do Japão, mas que o arquipélago está em bem atrás no ranking de direitos dos homossexuais em comparação com os Estados Unidos ou outros países ocidentais. No entanto, foi constatada uma melhor aceitação das pessoas homossexuais, bissexuais ou transgênero no país nos últimos anos, acrescenta.

Kyle Knight, um dos autores do documento, diz ser crucial trabalhar com os professores e incluir questões relacionadas às minorias nos programas escolares.

“O mais importante (…) é dar aos professores informações apropriadas para que os temas que envolvem as pessoas LGBT sejam incluídos nos planos de estudo”, disse durante uma coletiva de imprensa em Tóquio.

Segundo a HRW, a perseguição é um fenômeno disseminado e às vezes muito violento nas escolas japonesas, mas as políticas governamentais para combatê-lo não tratam especificamente a questão dos alunos LGBT, que são os mais vulneráveis, conforme noticiou a ‘AFP’.

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