Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou esta segunda-feira (8) com a maior alta ante o real em mais de um mês, acima de R$ 2,26, impulsionado por incertezas em relação às eleições presidenciais e pela decisão do Banco Central de reduzir o ritmo de rolagem dos swaps cambiais que vencem no início de outubro, conforme destacou a agência Reuters.
A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 1,16%, cotada a US$ 2,2655 para a venda, após alcançar US$ 2,2750 na máxima do dia. É a maior alta percentual diária desde 31 de julho, quando a moeda tinha subido 1,21%. É também o maior valor de fechamento desde 25 de agosto, quando o dólar valia R$ 2,291.
Entretanto, o movimento financeiro foi franco, em torno US$ 850 milhões, de acordo com dados da BM&F.
A disparada do dólar ocorreu em um dia que a divisa norte-americana tem alta generalizada no mundo, após um documento do Federal Reserve de San Francisco trazer o risco de um aperto monetário antecipado nos Estados Unidos de volta à mesa, de acordo o jornal Valor Online.
Pesquisadores do Fed de San Francisco concluíram com base em estudo divulgado hoje que a baixa volatilidade nos mercados financeiros pode sinalizar que investidores estão subestimando a velocidade com que o BC americano p ode elevar as taxas de juros. Os economistas que conduziram a pesquisa dizem ainda que há evidências de que o público parece esperar uma política monetária mais acomodatícia do que a sugerida pelo Sumário das Projeções Econômicas (SEP, na sigla em inglês).
O conteúdo da pesquisa detonou uma série de ajustes nos mercados globais de câmbio, com investidores colocando nas contas a possibilidade de, com dados melhores da economia dos EUA, o Fed eventualmente começar a subir a taxa de juros antes do esperado.
Os integrantes do Fed reúnem-se na próxima semana para definir o rumo da política monetária americana. Na ocasião, serão divulgadas novas projeções para algumas das principais variáveis macroeconômicas, entre elas a expectativa dos agentes para a taxa de juros em períodos específicos.
No cenário interno, o câmbio reagiu a especulações de que Marina Silva (PSB), vista como a candidata de oposição com maiores chances de vencer a presidente Dilma Rousseff (PT), criticada por agentes que consideram seu governo muito intervencionista, teria perdido força nas pesquisas eleitorais que serão divulgadas a partir de terça-feira, destaca a agência Reuters.
Investidores temem que as intenções de voto na candidata de oposição caiam nas pesquisas, após notícias divulgadas no fim de semana sobre um suposto esquema de corrupção na Petrobras, que citam o nome do falecido candidato do PSB Eduardo Campos.
Embora vários parlamentares ligados à presidente Dilma também tenham sido citados nas reportagens, analistas acreditam que a base de votos da presidente, formada por eleitores que se beneficiam de seus programas sociais, deve sofrer menor impacto.
Também ajudou a sustentar a alta do dólar nesta sessão a decisão do Banco Central brasileiro de reduzir o ritmo de rolagem dos contratos de swap cambial, que equivalem a uma venda futura de dólares.
Após o fechamento dos mercados na sexta-feira, o BC anunciou que ofertaria até 6 mil contratos de swap para iniciar a rolagem dos US$ 6,677 bilhões de swaps que vencem em 1o de outubro. No mês passado, o BC ofertava até 10 mil contratos de swap por dia para rolagem.
Nesta manhã, o BC vendeu os 6 mil swaps, com vencimento em 3 de agosto de 2015, para a rolagem. A autoridade monetária também ofertou swaps para 1º de outubro, mas não vendeu nenhum.
Se mantiver o atual ritmo de rolagem, o BC rolará cerca de 76 % do lote total, menos do que os 88% rolados no mês anterior.
Pela manhã, como parte de seu programa de intervenções diárias no câmbio, o BC vendeu 3 mil contratos de swap com vencimento em 1º de junho de 2015 e 1 mil contratos com vencimento 1º de setembro.
*As cotações são da Agência Thomson Reuters.
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