Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em alta pela terceira sessão seguida nesta segunda-feira (8), superando o patamar de R$ 2,61 pela primeira vez desde meados de 2005, com analistas citando uma operação de saída de recursos cujo impacto foi turbinado pelo baixo volume de negócios, em meio a um ambiente externo mais desfavorável.
A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,7%, cotada a R$ 2,6115 na venda. É o maior valor de fechamento desde 18 de abril de 2005, quando a moeda norte-americana chegou a R$ 2,612. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro foi fraco, em torno de US$ 750 milhões.
Analistas consultados pela agência Reuters afirmaram que também tem contribuído para a alta do dólar a incerteza sobre quais medidas a nova equipe econômica tomará para enfrentar o quadro doméstico de inflação alta e crescimento baixo, além do futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio.
Segundo operadores, a grande operação de saída de dólares ocorreu aproximadamente ao mesmo tempo em que o petróleo Brent ampliou as perdas para queda de 3 dólares por barril, ainda refletindo a perspectiva de oferta abundante combinada com demanda fraca devido ao enfraquecimento da economia global.
“O mercado está fraco, com pouco volume, o que é tradicional do fim do ano”, afirmou à Reuters o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, citando ainda a indefinição sobre as medidas econômicas que serão adotadas pela próxima equipe econômica.
Joaquim Levy e Nelson Barbosa –indicados para assumir os ministérios da Fazenda e do Planejamento, respectivamente– já trabalham para mostrar uma orientação mais ortodoxa na política econômica, o que inicialmente animou os mercados.
Mas após o otimismo inicial, investidores voltaram a adotar cautela, buscando sinais concretos de que as promessas de maior transparência e contenção fiscal serão cumpridas.
“A perspectiva está incerta, o que autoriza uma postura de investimentos mais defensiva. Existe um viés de melhora, mas ainda há muita indefinição”, resumiu o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos estrangeira.
O mercado também busca sinais sobre o futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central, que está marcado para durar até pelo menos o fim deste ano. Se o programa for reduzido ou eliminado, o resultado será uma diminuição da liquidez do mercado doméstico justamente no ano em que se espera que o Federal Reserve, banco central norte-americano, comece a elevar os juros.
Atuações do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, todos com vencimento em 1º de junho de 2015, com volume financeiro equivalente a US$ 198,6 milhões. Foram ofertados papéis para 1º de setembro de 2015 também, mas não foi vendido nenhum.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 30 por cento do lote total.
A autoridade monetária ainda realizou nesta sessão um leilão de venda de até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 2 de abril de 2015. A taxa de recompra ficou em R$ 2,673874.
*As cotações são da Agência Thomson Reuters.
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