Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em queda ante o real pelo segundo pregão consecutivo nesta terça-feira (9), influenciado por expectativas de entrada de capital diante das recentes captações corporativas no Brasil, corroboradas, em grande parte, pelo ciclo de aperto monetário conduzido pelo Banco Central.
A moeda norte-americana encerrou o dia em baixa de 0,29%, cotada a R$ 3,1090 na venda. Com isso, a moeda acumula desvalorização 1,57% na semana.
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro continuou fraco, em torno de US$ 780 milhões. O valor, no entanto, foi um pouco melhor que os US$ 720 milhões observados na véspera.
Nesta sessão, o dólar também recuava contra os pesos chileno e mexicano, após números mais fracos que o esperado sobre a inflação na China alimentarem apostas em mais estímulos no país.
“Há uma expectativa relevante de entradas que faz com que, na ausência de grandes notícias, o dólar tenha algum alívio aqui”, disse à agência Reuters o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho, ressaltando que o anúncio do programa de infraestrutura pelo governo federal nesta manhã também contribuiu para o bom humor.
A Petrobras emitiu no início do mês US$ 2,5 bilhões em um raro título de 100 anos, na primeira investida da companhia no mercado internacional de capitais desde o estouro da Operação Lava-Jato. Na véspera, a Embraer emitiu US$ 1 bilhão em papeis com vencimento em 2025.
A expectativa de ingresso de recursos no país tem sido corroborada também pelo ciclo de aperto monetário conduzido pelo Banco Central. Na quinta-feira, será divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve trazer mais pistas sobre possíveis novas altas na Selic.
Atualmente, o mercado de DIs aponta pelo menos mais uma alta de 0,25 ponto percentual na Selic em julho, a 14%. Um número relevante de operadores, no entanto, vê mais duas elevações, de 0,50 ponto e 0,25 ponto, o que levaria a taxa básica de juros a 14,50%.
Parte do bom humor relacionado à expectativa de entradas tem sido compensado por indicadores econômicos fortes sobre a economia dos EUA e declarações de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que têm alimentado expectativas de que a autoridade monetária eleve os juros a partir de setembro. Nesse contexto, os rendimentos dos títulos de 10 anos dos EUA atingiram a máxima em sete meses nesta sessão.
“É claro que no médio prazo você tem uma perspectiva de valorização do dólar globalmente, mas o fato é que investir aqui ainda é bastante atraente”, disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, em nota à imprensa.
Atuação do Banco Central do Brasil
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 7.000 swaps cambiais (contratos equivalentes à venda futura de dólares) em leilão para rolar parte dos contratos que vencem em julho.
O BC já rolou o equivalente a US$ 2,053 bilhões, ou cerca de 23% do lote total, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Agência Reuters)
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