Japão chama China para conversa e alerta sobre deterioração de ‘relação’

Kishida disse ao embaixador chinês que as relações estão piorando por conta das incursões chinesas em águas japonesas.
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Ilhas Senkaku (Foto: Creative Commons)

O chanceler do Japão, Fumio Kishida, convocou o embaixador da China em Tóquio, Japão, Cheng Yonghua, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde alertou sobre a deterioração dos laços entre os dois países, dando como motivo o aumento das tensões por conta da crescente presença de embarcações chinesas ao largo do pequeno arquipélago situado no Mar do Leste da China, do qual Tóquio tem controle e Pequim reivindica.

A “conversa diplomática” acontece em um cenário de aumento de tensão no momento em que a China constrói postos avançados no também contestado Mar do Sul da China, incluindo o que parecem ser hangares reforçados para aeronaves, de acordo com novas imagens de satélite.

As relações entre as duas maiores economias da Ásia, também segunda e terceira potências econômicas mundiais, pioraram nos últimos dias, após um número crescente de navios da Guarda Costeira chinesa e do governo de Pequim navegarem perto das ilhotas chamadas de Senkaku no Japão e de Diaoyu na China.

A série de incursões chinesas nas águas vem na esteira de um período de pressão constante sobre a China por conta de suas atividades no Mar do Sul da China e de críticas de Pequim sobre o que vê como interferência japonesa nessa disputa.

Trata-se do quinto dia seguido que o Japão se manifesta contra as ações da China. O ministro Kishida convocou o embaixador chinês pela segunda vez desde sexta-feira e lhe disse que a China está tentando alterar o status quo unilateralmente. O clima das relações sino-japonesas está “se deteriorando acentuadamente”, disse ele, de acordo com a chancelaria do Japão.

Por sua vez, o embaixador Cheng reiterou a posição chinesa de que as ilhas são parte inerente do território da China. Portanto, suas embarcações teriam o direito de navegar em tais águas, segundo o ministério.

Depois, em entrevista à imprensa após o encontro, o embaixador chinês declarou que ambos os lados devem trabalhar com calma para evitar que a situação se complique ainda mais.

Na sexta-feira, uma esquadra do governo chinês e barcos pesqueiros entraram juntos nas águas territoriais japonesas próximas às ilhas pela primeira vez. No mesmo dia, Cheng foi convocado pelo vice-ministro das Relações Exteriores japonês, Shinsuke Sugiyama, por causa das incursões no que Tóquio vê como suas águas territoriais.

Depois, na segunda-feira, 15 embarcações foram vista perto das ilhas. Este é o maior número desde que o governo japonês comprou algumas das ilhas de um proprietário particular em setembro de 2012.

O Japão controla as Ilhas Senkaku. O governo japonês mantém a posição de que elas são parte inerente do território do país. China e Taiwan reivindicam a soberania das ilhas.

Fontes: Agência Reuters | NHK News Japan.


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