Os esforços internacionais para combater o aquecimento global enfrentam um desafio depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que seu país sairá do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas.
O segredo para combater o aquecimento global está em aumentar a eficiência e reduzir as emissões de dióxido de carbono das usinas termelétricas movidas a carvão, já que elas continuam sendo a principal fonte de energia em vários países do mundo.
Especialista explica sobre geração eficiente de energia a carvão
Yoshitaka Ishibashi, da Joban Joint Power Corporation, falou com a emissora pública ‘NHK’ sobre o ciclo combinado de gaseificação de carvão integrado, ou IGCC nas iniciais em inglês, um processo de geração de energia a carvão mais eficiente.
Japão lidera o mundo no desenvolvimento desta tecnologia. Ishibashi é o gerente-geral de IGCC na usina de energia Nakoso, daquela corporação, em Fukushima.
“O Japão teve a iniciativa de mudar sua fonte de energia do petróleo para o carvão e outros combustíveis depois da crise do petróleo de 1973. O acentuado aumento nos preços do petróleo depois da Guerra do Yom Kippur, também conhecida como Guerra Árabe-Israelense de 1973, afetou a economia internacional”, explica Ishibashi.
“Desde então, o Japão diminuiu o uso de usinas de energia movidas a petróleo, que eram seu combustível principal, passando a usar mais usinas movidas a carvão. O combate à poluição foi outro grande desafio para o Japão na década de 1970. Engenheiros japoneses criaram métodos para filtrar os poluentes das emissões de usinas de carvão, tornando bem mais limpo este tipo de geração de energia”, diz ele.
Ishibashi lembra que o Japão é um país pobre em recursos naturais e que sua necessidade de manter energia e riquezas naturais levou à procura de métodos mais eficientes de geração de energia a partir do carvão.
O projeto do Japão para desenvolver a tecnologia IGCC teve início em 1983. A operação comercial de IGCC no Japão começou em 2013, depois de 30 anos de pesquisas e desenvolvimento. IGCC é cerca de 20% mais eficiente que as usinas convencionais de carvão, e emite cerca de 20% a menos de dióxido de carbono.
Ainda de acordo com Ishibashi , recentemente, os Estados Unidos estão passando para o gás de xisto como fonte de energia, enquanto a Europa está mudando para fontes renováveis de energia, mas muitos países do mundo ainda dependem do carvão como uma fonte razoável de energia. Cerca de 40% da eletricidade produzida globalmente é proveniente de usinas de carvão.
Na China, o maior país emissor de dióxido de carbono do mundo, acredita-se que cerca de 70% da energia é proveniente do carvão. A geração de energia através do carvão é um pré-requisito para o progresso de países em desenvolvimento. Muitos representantes estrangeiros vieram até a Usina de Nakoso, já que vários países, da América do Sul, do sudeste da Ásia e da Europa do leste estão considerando utilizar IGCC.
Duas grandes usinas de IGCC estão sendo atualmente construídas na província de Fukushima. O projeto visa criar empregos naquela província, que foi muito prejudicada pelo tsunami e acidente nuclear de 2011.
“Outro objetivo é fazer com que Fukushima lidere o mundo em tecnologia menos poluente de energia do carvão, com mais eficiência e menos emissões”, concluiu Ishibashi em sua entrevista a emissora ‘NHK’ em julho passado.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.