O dólar recuou pela quinta sessão consecutiva e fechou, nesta sexta-feira (9), a semana com desvalorização de quase 3% ante o real, com os investidores ainda cautelosos com o cenário político e econômico local.
A moeda norte-americana recuou 0,3%, cotada a R$ 3,3729 na venda, menor valor desde 22 de novembro, quando fechou valendo R$ 3,357.
Com o resultado de hoje, o dólar encerrou a semana com desvalorização acumulada de 2,87%. No mês, a moeda tem queda de 0,43% e, no ano, de 14,57%.
Escândalos recentes envolvendo aliados do presidente Michel Temer e movimentos polêmicos no Legislativo seguiam despertando apreensão no mercado local, provocando incertezas quanto ao ritmo de avanço de medidas consideradas importantes para a recuperação da economia.
Resultado da Inflação em novembro
Nesta sexta, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a inflação oficial desacelerou para 0,18% em novembro, muito abaixo do esperado e no menor valor para o mês em 18 anos, desde 1998.
Com o resultado, a alta dos preços acumulada no ano, de janeiro a novembro, ficou em 5,97%, o que gerou expectativa de que a inflação termine este ano dentro do limite máximo da meta do governo.
O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.
Para o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, a desaceleração da inflação mostra que a recente queda na taxa básica de juros, a Selic, está funcionando. Ele voltou a indicar que o Copom (Comitê de Política Monetária) pode cortar novamente os juros para tentar estimular a economia.
Investidores chegam a prever que, com o resultado do IPCA, o corte na taxa deve ser de 0,75 ponto percentual, e não de 0,5 ponto percentual.
Interferência do Banco Central
A atuação do BC também contribuía para a queda do dólar. Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta de até 15 mil contratos swaps cambiais tradicionais – equivalentes à venda futura de dólares. O BC começou na última sexta-feira a rolagem dos contratos que vencem em janeiro.
Cenário externo
Investidores também estavam atentos à proximidade da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) na semana que vem, quando o mercado espera que o banco suba os juros.
“O mercado já está em compasso de espera para o Fed, com os últimos ajustes para o encontro que deve elevar a taxa de juros nos EUA”, disse o sócio da Omnix Corretora, Vanderlei Muniz, à agência de notícias Reuters.
Juros mais altos nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil.
Fontes: Agência Reuters | UOL Economia.