Aérea japonesa se une à desenvolvedora de novo jato supersônico

Chamado de ‘novo Concorde’, jato supersônico comercial está sendo desenvolvido pela Boom Technology, dos EUA.
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Foto: Distribuição / Boom Technology

A companhia aérea Japan Airlines (JAL) anunciou que investirá no projeto da Boom Technology, empresa norte-americana que está desenvolvendo o Boom, aeronave comercial supersônica que vem sendo chamada pela mídia estrangeira de “novo Concorde”.

No anúncio feito esta semana, a JAL explicou que vai ajudar no projeto da aeronave com um investimento inicial de US$ 10 milhões. A empresa japonesa também assinou um acordo de opção de compra para mais de 20 aviões – cada unidade do Boom é avaliada em cerca de US$ 200 milhões.

Ao todo, a fabricante norte-americana soma 76 pedidos de opção de compra pela aeronave, que está programada para estrear na aviação comercial em 2023.

A Japan Airlines é a segunda companhia aérea que investe no Boom e tem sua identidade revelada. Também participam do projeto a Virgin Atlantic e outras três companhias que ainda não foram identificadas.

“Essa é a primeira vez na história que uma companhia aérea coloca dinheiro de verdade em um programa de desenvolvimento de transporte supersônico. Para nós isso é um compromisso e demonstra que o interesse dos consumidores é real”, disse Blake Scholl, fundador de CEO da startup Boom Technology, em entrevista ao Aviation Week.

Como explicou o dirigente da Boom, a JAL estará diretamente envolvida na formação de vários aspectos do projeto. “Você realmente precisa ter a voz de um cliente no programa de desenvolvimento”. Segundo Scholl, a companhia aérea do Japão vai colaborar na definição do modelo operacional da aeronave, design da cabine e os critérios e custos sobre manutenção.

O Boom é projetado para transportar 55 passageiros e voa a velocidade máxima de mach 2,2, cerca de 2.335 km/h, empurrado por três motores a jato – e 10% mais rápido que o antigo Concorde. Já o alcance da aeronave será em torno de 7.400 km, aponta o fabricante. Esse desempenho vai permitir ao aparelho voar, por exemplo, entre São Paulo e Miami, nos EUA, em apenas três horas.

Ao contrário do que acontecia com o Concorde, o fabricante garante que os custos operacionais de seu futuro jato supersônico comercial serão moderados. Isso vai permitir aos seus operadores comercializarem as “viagens supersônicas” com preços comparáveis aos de passagens em classe executiva com aviões convencionais.

Outra vantagem do novo projeto será seu baixo impacto sonoro. De acordo com a empresa americana, o estrondo sônico do Boom será 30 vezes inferior ao do Concorde. No passado, por conta do elevado nível de ruído em voo supersônico, o antigo avião anglo-francês foi proibido de voar acima da velocidade do som sobre áreas continentais dos EUA, que até hoje mantém essa barreira, embora não exista atualmente nenhum avião comercial desse tipo.

Da AIRWAY / Via Aviation Week.


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