O governo japonês suspendeu parcialmente o decreto de evacuação emitido há 8 anos para a cidade de Okuma, localizada dentro de um raio de 20 quilômetros no entorno da danificada usina atômica de Fukushima. A cidade, chamada de zona de exclusão crítica, era até então uma das mais atingidas pela radioatividade, isso porque ela abriga a usina que foi danificada pelo terremoto e tsunami em 2011.
Oito anos depois de o vazamento nuclear no complexo Fukushima Daiichi forçar o esvaziamento de comunidades vizinhas, as autoridades do Japão permitiram, nesta quarta-feira (10), o retorno de residentes em cerca de 40% da cidade de Okuma, o que corresponde aos distritos de Ogawara e Chuyashiki, na área oeste da cidade, segundo noticiou hoje (10) o Asahi Shimbun.
Um processo de descontaminação conduzido pelo governo japonês favoreceu a redução dos níveis de radioatividade no território. Relatos da mídia local apontam, no entanto, que apenas 367 pessoas se registraram como residentes.
Segundo a Kyodo News, as pessoas podem fazer visitas durante o dia para arrumar as casas, mas só 48 habitantes de 21 lares oficializaram o desejo de pernoitar no local.
Uma pesquisa indicou que mais da metade dos 10.341 habitantes originais de Okuma não querem voltar. A cidade luta para se reconstruir após a tragédia que deixou mais de 18 mil mortos no Japão, incluindo desaparecidos.
Apenas 3,5% das pessoas que habitavam a cidade viviam no bairro agora liberado para habitação. O prefeito Toshitsuna Watanabe garante, porém, que é só o começo.
“Este é grande marco para a cidade”, ressaltou Watanabe, em comunicado. “Mas este não é objetivo, mas um começo em direção à retirada da ordem de evacuação para a cidade inteira”.
A maior parte de Okuma ainda está fechada para residentes, dados os índices de radiação. As autoridades acreditam que a abertura da prefeitura e o investimento em infraestrutura estimulem mais os residentes a voltarem para casa.
Tragédia no Japão em 2011
No dia 11 de março de 2011, um forte terremoto, de magnitude superior a 9 graus na escala Richter, deu origem a um gigantesco tsunami que, praticamente, devastou o nordeste japonês e invadiu alguns dos prédios que abrigavam os reatores da usina atômica de Fukushima Daiichi, cujas instalações cortam os municípios de Okuma e Futuba, na costa do Oceano Pacífico. O incidente fez o complexo nuclear liberar material radioativo, provocando a pior crise nuclear desde o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.
Mais de 160 mil pessoas foram retiradas de suas casas como resultado do acidente nuclear. Desde então, a área restrita foi gradativamente reduzida. Cerca de 340 quilômetros quadrados ainda são considerados inseguros demais para viver.
Do MN – Mundo-Nipo.com
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