Dez navios do governo chinês são vistos ao largo das ilhas disputadas

É a quarta vez em menos de uma semana que embarcações oficiais chinesas navegam ao largo das polêmicas ilhas Senkaku.
Navio da guarda costeira chinesa Foto Sino Defence 900x600 min
(Foto: Sino Defence)

A Guarda Costeira do Japão informou que avistou, nesta quarta-feira (10), uma dezena de navios do governo de Pequim nas proximidades da zona contígua às águas territoriais japonesas, em torno de um grupo de ilhotas disputadas no Mar do Leste da China Oriental, chamadas de Senkaku no Japão e de Diaoyu na China

De acordo com a guarda costeira japonesa, as dez embarcações foram avistadas às 9h de quarta-feira (21h de terça-feira nem Brasília), ao largo das ilhas Kubashima e Uotsuri, duas das cinco ilhas que formam o pequeno arquipélago de Senkaku. O órgão, no entanto, afirmou que “nenhum dos navios adentrou águas japonesas, até o momento”.

Entre terça-feira e antes do amanhecer de quarta-feira, vários navios do governo chinês descarregaram barcos pequenos para emparelhar suas embarcações com outros barcos de pescas também chineses que, segundo a guarda costeira japonesa, estavam localizados nas proximidades das ilhas em disputas. Ao emparelhar, os tripulantes dos barcos oficiais chineses subiram a bordo dos pesqueiros

A guarda costeira informou que advertiu o lado chinês, explicando que, mesmo que a ação tenha sido destinada a exercer a jurisdição de pesca, era algo inaceitável porque ocorreu na zona econômica exclusiva ou na zona contígua ao largo da ilha Kubashima, situada em águas japonesas.

É a quarta vez em menos de uma semana que embarcações oficiais chinesas navegam nas proximidades das polêmicas ilhas, o que tem aumentado as tensões entre Tóquio e Pequim. A Guarda Costeira está reforçando a vigilância nas águas.

Navios do governo chinês têm aumentado suas atividades em águas em torno das ilhas. Eles adentraram em águas territoriais japonesas por três dias consecutivos até a terça-feira (9). Mais de duas centenas de barcos pesqueiros chineses também foram observados em águas próximas.

Ontem, o chanceler do Japão, Fumio Kishida, convocou o embaixador da China em Tóquio, Cheng Yonghua, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde alertou sobre a deterioração dos laços entre os dois países, dando como motivo o aumento das tensões por conta da crescente presença de embarcações chinesas ao largo do pequeno arquipélago.

Foi o quinto dia seguido que o Japão se manifestou contra as ações da China. O ministro Kishida convocou o embaixador chinês pela segunda vez desde sexta-feira e lhe disse que a China está tentando alterar o status quo unilateralmente. O clima das relações sino-japonesas está “se deteriorando acentuadamente”, disse ele, de acordo com a chancelaria do Japão.

Por sua vez, o embaixador Cheng reiterou a posição chinesa de que as ilhas são parte inerente do território da China. Portanto, suas embarcações teriam o direito de navegar em tais águas, segundo o ministério.

Na sexta-feira, uma esquadra do governo chinês e barcos pesqueiros entraram juntos nas águas territoriais japonesas próximas às ilhas pela primeira vez. No mesmo dia, Cheng foi convocado pelo vice-ministro das Relações Exteriores japonês, Shinsuke Sugiyama, por causa das incursões no que Tóquio vê como suas águas territoriais.

Depois, na segunda-feira, 15 embarcações foram vista perto das ilhas. Este é o maior número desde que o governo japonês comprou algumas das ilhas de um proprietário particular em setembro de 2012.

O Japão controla as Ilhas Senkaku. O governo japonês mantém a posição de que elas são parte inerente do território do país, enquanto China e Taiwan reivindicam a soberania das ilhas.

Fontes: NHK News Japan | Agência Reuters.


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