A recém-eleita governadora de Tóquio, Yuriko Koike, anunciou ontem (9) um ousado plano para aumentar o então reduzido número de creches na capital japonesa, uma iniciativa que é parte dos esforços para aliviar a escassez crônica no Japão de instalações de cuidados infantis. Além disso, Koike prometeu honrar suas promessas de campanha, que inclui redução do próprio salário.
O número de crianças em lista de espera na capital japonesa totalizou 8.466 em 1º de abril. Trata-se do nível mais alto entre as principais cidades do país e 652 a mais em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.
Para resolver o problema, Koike elaborou uma proposta de orçamento adicional no valor de 12,6 bilhões de ienes, aproximadamente R$ 401,2 milhões, para a criação de novos centros de cuidados infantis na Região Metropolitana de Tóquio.
O plano inclui ainda prestar assistência aos operadores de centros de cuidados infantis, além de facilitar as regulamentações para estabelecer novas instalações.
A proposta será submetida à Assembleia de Tóquio durante a sessão programada para ocorrer em 28 de setembro.
“As medidas de assistência são destinadas a ajudar a população de Tóquio a equilibrar o trabalho com a vida familiar, declarou Koike durante uma conferência de imprensa regular na sexta-feira (9).
“Eu acredito que é uma questão de urgência,” acrescentou a governadora em referência à criação de novas instalações.
O orçamento total para apoiar as famílias com filhos pequenos terá um total de 110 bilhões de ienes, aproximadamente R$ 3,503 bilhões.
Sob o orçamento suplementar, que Koike chama de “o primeiro passo” para resolver o problema da escassez de creches, 5.000 vagas serão adicionados à meta anterior de 12.000, elevando assim a meta para 17.000 novas vagas.
O projeto inclui também incentivos para os proprietários de imóveis desocupados, que somam em torno de 82.000, em Tóquio, para permitir o estabelecimento de tais instalações.
Koike explicou ainda que alguns imóveis de propriedades do governo metropolitano também poderão ser usados para abrigar novas instalações.
A governadora tem intenções de rever as políticas que regem a profissão de cuidados de enfermagem, incluindo possível aumento do salário base para a classe. Ela planeja ainda criar ambientes de trabalho mais atrativos nas instalações, garantindo assim que os trabalhadores mais experientes permaneçam atuando, o que poderá tornar a profissão mais atraente para os jovens e, consequentemente, aumentar o número de profissionais no setor.
“Tóquio também vai monitorar creches credenciadas para melhorar os serviços e avaliar as necessidades”, prometeu.
A intenção da governadora é que os resultados positivos de seu plano surjam o mais rápido possível, dentro do atual ano fiscal, que termina em março de 2017.
No início deste mês, a governadora anunciou a criação de uma creche no interior das instalações do Governo Metropolitano de Tóquio, como forma de demonstrar um padrão pretendido por ela.
Também na entrevista coletiva, Koike reiterou sua intenção de cumprir a promessa de reduzir pela metade seu salário. Atualmente, um governador de Tóquio tem direito a um salário mensal de 1,46 milhão de ienes, aproximadamente R$ 46,5 mil, incluindo bônus de inverno e de verão, o que um governador não pode declinar sob a Lei Eleitoral Pública.
Sem revisão, o ganho anual de Koike seria de 28,96 milhões de ienes, cerca de R$ 922,2 mil. Se o decreto for promulgado, sua renda total será de aproximadamente 14,48 milhões de ienes, aproximadamente R$ 461,1 mil.
Em sua campanha eleitoral para se tornar governadora, Koike jurou cortar o próprio salário, a fim de ajudar a salvar o dinheiro dos contribuintes.
“Isto é o que prometi (para os eleitores)”, disse ela. “Quero cumprir todos os meus compromissos”, declarou a governadora, acrescentando que o decreto-lei que regula seu salário irá expirar quando seu mandato terminar.
Fontes: The Japan Times | Agência Kyodo.
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