Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar interrompeu uma sequência de quatro quedas consecutivas e fechou com alta de mais de 2% sobre o real nesta segunda-feira (11), reagindo a uma piora no cenário econômico brasileiro e renovadas preocupações com a crise em torno da dívida grega.
A moeda norte-americana subiu 2,31% e encerrou o dia cotada a R$ 3,0525 na venda. É o maior avanço percentual diário em mais de um mês, desde 25 de março, quando a moeda subiu 2,43%, cotada a R$ 3,203.
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro de hoje ficou em torno de US$ 947 milhões.
Na semana passada, a moeda acumulou desvalorização de 0,98% e fechou a sexta-feira valendo R$ 2,984. Com a cotação abaixo do patamar de R$ 3, a moeda atraiu compradores. “Com mais investidores dispostos a comprá-la, o preço tende a subir”, destacou mais sedo o UOL Economia.
A valorização do dólar ocorreu também no mercado externo, influenciada pelo impasse sobre a dívida da Grécia. Reunidos nesta segunda para discutir um possível acordo com o país, ministros das Finanças da zona do euro elogiaram o progresso nas negociações. Disseram, porém, ser necessário maior esforço da Grécia.
O governo grego pagou cerca de 750 milhões de euros ao FMI (Fundo Monetário Internacional), relativos à parcela de empréstimo que venceria amanhã.
Ainda no cenário internacional, o banco central da China anunciou um novo corte nas taxas de juros. Foi o terceiro corte em seis meses, em mais uma tentativa de estimular a economia. Como o corte foi divulgado no domingo (10), seus efeitos no mercado de câmbio foram sentidos hoje.
A moeda norte-americana ganhava terreno contra o euro e outras moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano, mas o movimento foi mais forte no Brasil após a divisa acumular queda de 3,16 por cento nos quatro sessões anteriores.
“Quando ficou claro que (o dólar) não ia se sustentar abaixo de R$ 3, muita gente voltou para comprar depois de uma queda relevante”, resumiu à Reuters o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
Projeções pessimistas para a inflação e o PIB
As previsões do mercado para a inflação e para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano voltaram a piorar, segundo o relatório do Banco Central divulgado nesta segunda. A expectativa é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 8,29% neste ano, e de uma retração de 1,20% no PIB.
Economistas projetam dólar a R$ 3,20 no final de 2015
Economistas ouvidos pelo Banco Central projetaram que a cotação do dólar no final de 2015 será de R$ 3,20. A mesma previsão já havia sido feita na semana passada.
Os analistas subiram a projeção para a inflação no final do ano, dos 8,26% previstos na semana passada para os atuais 8,29%.
O valor está acima do limite máximo estabelecido pelo governo. A meta do governo para a inflação é de 4,5% ao ano, com uma tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, podendo variar de 2,5% a 6,5%.
Para o PIB (Produto Interno Bruto) os analistas projetaram uma queda de 1,2%, ante 1,18%, previstos na semana passada.
Leilões de contratos de dólar do Banco Central
O Banco Central vendeu nesta sessão a oferta total de 8.100 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) no leilão de rolagem. Até agora, o BC já rolou o equivalente a US$ 2,361 bilhões, ou 24% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Alguns operadores acreditam que o BC pode aproveitar a queda recente da moeda norte-americana para reduzir sua posição em swaps cambiais, o que limita o espaço para quedas.
(Com informações da Folha de S.Paulo, do Uol Economia e da Agência Reuters)
*Mundo-Nipo. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita do Mundo-Nipo.com. Para maiores esclarecimentos, leia a Restrição de uso.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.