Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira (11), com o alívio das tensões geopolíticas na Ucrânia e no Iraque, que reduziu a aversão ao risco no mercado externo e favoreceu a recuperação das moedas emergentes, depois uma semana de desvalorização frente ao dólar. No mercado local, o movimento foi intensificado pelo fato de o Banco Central ter ampliado a rolagem dos contratos de swap cambial que vencem em 1º de setembro, para tentar conter a pressão de alta do dólar e evitar um impacto maior na inflação.
O dólar comercial encerrou o dia com desvalorização de 0,54%, cotado a R$ 2,2745 para venda. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 700 milhões, abaixo da média diária de US$ 1,1 bilhão vista neste mês.
No contexto externo, o mercado estava mais tranquilo em relação as tensões geopolíticas. A notícia de que a Rússia teria encerrado os exercícios militares próximos à fronteira com a Ucrânia, na sexta-feira, e o fato de a Rússia ter oferecido ajuda humanitária ao governo de Kiev ajudaram a reduzir a preocupação com a crise na região. Da mesma forma, o cessar-fogo de 72 horas entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza também contribuiu para o aumento do apetite por ativos de maior risco.
No Brasil, o mercado vê a queda dentro do esperado. “O dólar subiu demais, o BC brasileiro reagiu e o mercado corrigiu. E ajuda também que o cenário lá fora está mais tranquilo “, afirmou um operador de câmbio à Agência Reuters.
Na sessão passada, preocupações com o cenário externo ajudaram o dólar a superar R$ 2,30 no intradia, alimentando preocupações com possíveis impactos sobre a inflação via encarecimento de importados. Ao longo do dia, o movimento perdeu força e a divisa norte-americana fechou em baixa com movimentos de exportadores, que venderam dólar para aproveitar a maior cotação.
Depois de o dólar subir 1,20% na semana passada e voltar a se aproximar do patamar de R$ 2,30, o Banco Central decidiu ampliar a rolagem do lote de US$ 10,07 bilhões em contratos de swap cambial que tinham vencimento previsto para 1º de setembro.
Após o fechamento dos negócios, o BC reagiu e aumentou para até 10 mil contratos a oferta de swaps cambiais no leilão de rolagem desta sessão. Até então, a autoridade monetária ofertava até 8 mil papéis.
Na operação, o BC vendeu a oferta integral, levando o total de swaps já rolados a US$ 2,471 bilhões, ou cerca de um quarto dos US$ 10,070 bilhões que vencem em setembro. E se mantiver o ritmo, rolará cerca de 95% do lote do próximo mês ao fim da operação.
No mês passado, o BC rolou cerca de 70% dos swaps que venceram em 1º de agosto.
Há quase duas semanas o dólar tem sido negociado acima de 2,25 reais, acumulando agora alta de quase 1,5% e deixando para trás o teto da banda informal de flutuação, entre R$ 2,20 e R$ 2,25, que vigorou desde abril passado com alguns breves períodos de exceção.
Para alguns especialistas, o intervalo de flutuação pode ter mudado de patamar, indo de R$ 2,25 a R$ 2,30 reais. Esse novo cenário também pode continuar afetando o volume de negócios, como ocorreu nesta sessão, com investidores relutando em fazer operações para esperar a consolidação dessa eventual nova banda informal e voltar a ter referência mais clara.
Pela manhã, a autoridade monetária deu continuidade às suas intervenções diárias e vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares, com volume equivalente a US$ 198,8 milhões. Foram vendidos 3 mil contratos para 2 de fevereiro de 2015 e 1 mil para 1º de junho de 2015.
As informações das cotações de fechamento são fornecidas pelo Portal Financeiro Investing.com Brasil.
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