O Japão e Reino Unido assinaram um esperado acordo de livre-comércio, o primeiro pacto econômico de relevância que o governo britânico alcançou após o Brexit, informou nesta sexta-feira a imprensa internacional.
A ministra britânica do Comércio Internacional, Liz Truss, disse em comunicado que o acordo comercial vai impulsionar o comércio do Reino Unido em 15 bilhões de libras (cerca de R$ 102,9 bilhões).
Ela considerou que esta aliança comercial com Tóquio, finalizada hoje (11) por videochamada com o ministro das Relações Exteriores do Japão, Motegi Toshimitsu, marca “um momento histórico” para os dois países e trará “novos sucessos” para as empresas do Reino Unido no setores de manufatura, alimentos e bebidas e tecnologia.
“O acordo permitirá a continuação das vantagens que o Japão conquistou com o acordo de livre-comércio Japão-UE e garantirá a continuidade dos negócios das empresas japonesas no país”, disse o ministro japonês, destacou a Kyodo News.
Por usa vez, a ministra britânica lembrou que o acordo foi negociado “em tempo recorde e em circunstâncias exigentes” e que “vai além do atual acordo (do Japão) com a União Europeia (UE)”.
O Reino Unido salientou que a assinatura de hoje concede benefícios que vão além do acordo comercial existente entre a UE e o Japão, pois dá vantagens competitivas às empresas britânicas que exportam produtos para o país asiático e, especificamente, permitirá que 99% dessas exportações para Tóquio se beneficiam de um comércio livre de impostos.
“Este é um momento histórico para o Reino Unido e o Japão, pois é nosso primeiro grande negócio pós-Brexit, assegurando novas vitórias para as empresas britânicas em nossas principais indústrias de manufatura, alimentos e bebidas e tecnologia”, disse Liz Truss.
De acordo com dados alfandegários, o Japão exportou mercadorias no valor de mais de 1,5 trilhão de ienes (US$ 14,1 bilhões) para o Reino Unido e importou produtos no valor de 887 bilhões de ienes do Reino Unido em 2019.
O governo britânico também está negociando acordos de livre-comércio com outros países, como Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália, com os quais espera fechar um pacto antes do final deste ano.
Principais conteúdos do acordo
O novo pacto comercial com o Reino Unido é especialmente bom para o Japão, pois evitará aumentos de tarifas, diz o jornal Nikkei.
Segundo o acordo, não haverá tarifas automotivas sobre carros japoneses em 2026, após a redução gradual da tarifa, em linha com o acordo UE-Japão. As tarifas sobre algumas peças automotivas e ferroviárias serão eliminadas antes do acordo UE-Japão, beneficiando os fabricantes de peças japoneses.
As importações de queijo azul do Reino Unido, que é muito apreciado pelos japoneses, tem garantida uma tarifa no mesmo nível estipulado no acordo UE-Japão.
Segundo o Nikkei, foi criado ainda um sistema para importar queijo com uma tarifa mais elevada, mas, posteriormente, o fornecedor será reembolsado.
As regras para o setor digital terão menos envolvimento do governo, em comparação com o acordo UE-Japão. Algoritmos e criptografia foram incluídos na lista de áreas onde os governos não podem exigir que as empresas divulguem informações.
As tarifas preferenciais sob o Acordo de Parceria Econômica (EPA, na sigla em inglês) entre Japão e União Europeia são aplicáveis ao comércio Japão-Reino Unido até dezembro.
Mundo-Nipo (MN)
Fontes: Nikkei Asian Review | Agência EFE | Kyodo News.
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