Bolsa de Tóquio sobe mais de 1% e fecha no maior nível em quase 15 anos

O índice Nikkei atingiu o valor de fechamento mais alto desde 19 de abril de 2000.

Do Mundo-Nipo com Agências

A Bolsa de Valores de Tóquio fechou em alta nesta quinta-feira (12), com o Nikkei tocando o nível de 19 mil pontos pela primeira vez em cerca de 15 anos, antes de recuar ligeiramente para encerrar a sessão em alta de mais de 1%, em meio a expectativa de que empresas japonesas reportarão lucros robustos ao término do atual ano fiscal. Apesar da influência negativa do mercado de ações dos EUA ontem, os ganhos de hoje foram parcialmente impulsionados por operações guiadas por derivativos antes da expiração de futuros de índices, amanhã.

O Nikkei 225, índice que reúne as empresas mais negociadas da bolsa japonesa, subiu 267,59 pontos, alta de 1,43% ante o fechamento anterior, encerrando aos 18.992,11 pontos, depois de superar os 19.000 pontos várias vezes durante a sessão. Esse foi o fechamento mais alto do índice desde 19 de abril de 2000.

Já o indicador Topix, que agrupa os valores da primeira seção em Tóquio, avançou 20,96 pontos, alta de 1,37% ante o fechamento de quarta-feira, encerrando o dia aos 1.546,63 pontos.

Os investidores mantiveram a expectativa de que empresas japonesas reportem lucros sólidos ao término do atual ano fiscal, que termina este mês. É esperado ainda que a dinâmica de lucros continue no próximo ano fiscal, que começa em abril.

Apesar de apostas positivas em relações a balanços corporativos, a atividade altista predominou em um ambiente pessimista entre os investidores, o que sugere operações pesadas feitas por grandes players domésticos e possivelmente a participação de fundos de hedge do exterior, segundo traders.

“No passado, flutuações nos preços pouco antes do dia de liquidação (para os futuros trimestrais do Nikkei e as opções mensais do Nikkei) eram normais”, afirmou Chris McGuire, executivo-chefe da Phalanx Capital Management, fundo de hedge com sede em Chicago. “Mas os movimentos que estamos vendo agora parecem ter influência de manipulação por apenas alguns poucos grandes investidores”, acrescentou.

“Desde que o Banco do Japão (BoJ) chocou os mercados com seu segundo relaxamento quantitativo em outubro, mais pessoas estão com medo de vender ações por receio de ficar para trás ou serem pegas de surpresa”, disse McGuire.

Por outro lado, nas últimas semanas, o mercado acionário japonês tem sido influenciado pela notícia de que o Fundo de Investimento de Pensões do Governo (GPIF, na sigla em inglês) pretende aumentar sua exposição a ações do país, de 19,8% para 25%, com base em ativos no valor de 137 trilhões de ienes (US$ 1,1 trilhão) em ativos. Atualmente, o GPIF administra 120 trilhões de ienes.

Analistas dizem que a “robusta pilha de dinheiro” alimentará substancialmente o mercado acionário japonês. Por outro lado, alguns questionam sobre a capacidade do GPIF em sustentar uma recuperação do mercado em vista de que o órgão, provavelmente, acabará por realocar seus ativos.

Segundo Akihiro Murakami, estrategista-chefe da Nomura Securities, “o problema é que a forte exposição de ações poderá deixar o GPIF cada vez mais defasado em seus ativos para pagar pensões aos ‘baby boomers’” [o termo se refere aos filhos da Segunda Guerra Mundial, já que logo após a guerra houve uma explosão populacional].

Seguindo decisão semelhante, um fundo de pensão japonês conhecido como KKR informou, no início deste mês, que iria aumentar sua exposição a ações, de 8% para 25%. O KKR administra 7,6 trilhões de ienes em ativos.

Os ganhos de hoje foram liderados por ações de empresas ligadas a operações de arbitragem de futuros, com a Fast Retailing subindo 1,3%, o SoftBank em alta de 1,2% e o KDDI com avanço de 1,5%. Empresas farmacêuticas também deram sequência aos ganhos recentes, beneficiadas pela busca dos investidores por ações com retorno mais alto. Eisai subiu 6,2%, Chugai Pharmaceutical avançou 4,3% e Astellas Pharma ganhou 2,3%.

Os bancos fecharam em alta diante da perspectiva de elevação da taxa de juros nos EUA. Mitsubishi UFJ Financial Group subiu 3,2% e Sumitomo Mitsui Financial Group avançou 1,4%.

As companhias exportadoras com grande exposição à zona do euro, por outro lado, foram pressionadas depois de o euro atingir o nível mais baixo em 20 anos frente ao iene ontem. A Mazda Motor caiu 1,5%, enquanto Sony e Ricoh subiram apenas 0,2% e 0,1%, respectivamente.

(Com informações das agências Estado e Kyodo)

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