Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e do Japão acertaram na segunda-feira (11) reforçar a aliança militar na região da Ásia-Pacífico, informou o porta-voz da chancelaria japonesa, Yasuhisa Kawamura, um dia após a histórica visita de John Kerry ao memorial de vítimas do ataque nuclear de Hiroshima.
Kawamura disse que “Washington e Tóquio concordaram na necessidade de manter estreita colaboração na região, onde as tensões têm se agravado na Península Coreana”.
O chanceler dos Estados Unidos, John Kerry, e sua contraparte japonesa, Fumio Kishida, também se comprometeram trabalhar para uma rápida implementação do Tratado Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que foi assinado em 4 de fevereiro pelos ministros e representantes de Estados Unidos, Japão, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Peru, Malásia, México, Nova Zelândia, Cingapura e Vietnã.
Os dois chefes diplomáticos reuniram-se em Hiroshima, no oeste do Japão, à margem de uma reunião concluída ontem (11) e na qual participaram os chefes da diplomacia dos países do G7.
O encontro teve como principal objetivo promover o desarmamento nuclear e “firmar o compromisso entre as sete nações para buscar um mundo mais seguro”. A reunião também teve cunho preparatório antes da reunião de cúpula que decorrerá no fim de maio no Japão, e na qual contará com os chefes de Estado e de Governo das sete nações que compõe o G7.
Em uma declaração conjunta emitida ontem, os chefes da diplomacia dos países do G7 defenderam no Japão um “mundo sem armas nucleares”.
As sete potências também fizeram um apelo para “intensificar e acelerar” a luta contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, ante a “ameaça mundial de terrorismo”, em outro comunicado publicado após a reunião de dois dias em Hiroshima.
“Reafirmamos nosso compromisso para buscar um mundo mais seguro para todos e criar as condições para um mundo sem armas nucleares”, afirmam na Declaração de Hiroshima, que cita entre os desafios “as repetidas provocações da Coreia do Norte”.
Os ministros das sete potências destacaram a importância do encontro, “71 anos depois da Segunda Guerra Mundial, cenário de um horror sem precedentes no mundo”.
“Ao longo dos anos, aconteceu uma redução significativa dos arsenais nucleares dos Estados dotados com armamento nuclear”, celebraram os ministros, ao mesmo tempo que pediram mais “transparência”.
Visita de John Kerry ao Memorial da Paz
John Kerry, primeiro secretário de Estado e o principal funcionário do governo dos Estados Unidos a viajar a Hiroshima, afirmou na segunda-feira que “todo mundo deveria visitar Hiroshima”, e expressou seu desejo de que Barack Obama seja o primeiro presidente americano a conhecer a cidade japonesa atacada com uma bomba atômica.
“Isto nos recorda, com força e dureza, que temos não apenas a obrigação de acabar com a ameaça das armas nucleares, mas também devemos fazer todo o possível para evitar a guerra”, escreveu Kerry no livro de ouro do memorial.
Contudo, Kerry negou no domingo que seu país iria pedir desculpas pelas mais de 200.000 mortes causadas pela bomba lançada em 1945. Rumores sobre uma possível retratação dos Estados Unidos vinham circulando havia meses, ainda mais porque Obama estuda ir a Hiroshima antes do fim do seu mandato.
Kerry afirmou que se sente “profundamente comovido e honrado” após se tornar o primeiro chefe da diplomacia dos EUA a visitar o Museu e o Parque da Paz, que homenageiam as vítimas da bomba atômica.
O secretário de Estado estava acompanhado do chanceler Fumio Kishida, que nasceu em Hiroshima. Kerry qualificou de “impactante e estarrecedora” a exibição permanente do Museu Memorial da Paz, que é centrada nos efeitos que a bomba nuclear jogada pelos EUA no dia 6 de agosto de 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, causou em seus habitantes e na cidade. O bombardeio atômico devastou a cidade de Hiroshima e deixou 140.000 mortos.
Fontes: Agência Kyodo | Agência ANSA.
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