Do Mundo-Nipo com Agências
Após ter alternado entre leves altas e baixas durante a manhã desta sexta-feira (12), o dólar mudou de rumo e fechou em alta ante o real, mas encerrou a semana com desvalorização de mais de 1% ante a moeda brasileira. O resultado de hoje foi influenciado pelo impasse em torno da dívida da Grécia e por dados positivos sobre a economia americana, que elevaram as apostas de aumento de juros nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,39%, cotada a R$ 3,1181 na venda. Apesar de emplacar dois pregões seguidos de valorização, o dólar encerrou a semana com recuo de 1,03%. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão.
Pela manhã, alguns números divulgados nos EUA reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode subir juros nos próximos meses, talvez já em setembro. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla e inglês) subiu 0,5% em maio ante abril, pouco acima da previsão de +0,4%. Após esse número, o dólar se fortaleceu no exterior e passou a registrar ganhos ante o real no Brasil.
Depois, foi a vez de a Universidade de Michigan informar que seu índice de sentimento do consumidor subiu 94,6 em junho, acima da previsão de 91,5, o que fortaleceu ainda mais a busca por dólares.
Ao mesmo tempo, a decisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em deixar as negociações com a Grécia, diante da incapacidade dos envolvidos em fazer avanços, pesou sobre o euro mais cedo e contribuiu para o avanço do dólar ante outras divisas. À tarde, o euro passou a sustentar ganhos, mas a moeda americana seguiu em firme alta ante divisas de países emergentes ou ligados a commodities.
A possibilidade de um calote, que poderia levar Atenas a deixar a zona do euro, vem levando investidores a evitarem ativos de maior risco e a moeda europeia, refugiando-se na segurança do dólar.
Pela manhã, declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, de que o fortalecimento do euro torna mais difícil para países como a Espanha e Portugal sentirem os benefícios de reformas econômicas haviam contribuído para o avanço da divisa norte-americana, mas o efeito evaporou ao longo da manhã e o dólar passou a rondar a estabilidade em relação à moeda europeia.
No Brasil, investidores continuaram monitorando o noticiário em busca de pistas sobre o futuro da taxa básica de juros. A percepção ampla do mercado é que a Selic tende a subir pelo menos mais 0,75 ponto percentual, encerrando o ciclo de aperto monetário a 14,50%, o que poderia atrair para o Brasil recursos aplicados nos mercados internacionais.
“O mercado precisa colocar na conta que os juros não vão parar de subir tão cedo e que isso traz capital para o Brasil, apesar de toda a pressão vinda lá de fora”, disse à agência Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Atuação do Banco Central do Brasil
O Banco Central sinalizou nesta semana que pretende rolar uma proporção menor dos swaps cambiais que vencem em julho. Analistas avaliam que a decisão aponta tolerância a um dólar mais forte para estimular a economia via exportações em meio ao ciclo de aperto monetário.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de 6.300 swaps em leilão de rolagem; anteriormente, vinha rolando 7.000 contratos.
O BC já rolou o equivalente a US$ 3,006 bilhões, ou cerca de 34% do lote total, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações da Agência Reuters e do Jornal Estadão)
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