O número de postos de trabalho disponíveis no Japão subiu ainda mais em julho e atingiu seu nível mais alto em mais de 43 anos, enquanto o índice de desemprego da população economicamente ativa do país ficou estável no sétimo mês do ano, informou o governo do país em seu relatório revisado, indicando que o mercado de trabalho japonês se mantém apertado em meio à escassez de trabalhadores para uma grande oferta de trabalho.
Divulgados nesta terça-feira, os dados revisados do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social do Japão mostra que a relação entre oferta de trabalho e candidato subiu 0,1 ponto porcentual, situando-se em 1,52 em julho ante 1,51 em junho, ou seja, havia no país 152 vagas de empregos disponíveis para cada 100 pessoas em busca de trabalho no sétimo mês de 2017.
O número, que ficou inalterado em relação a leitura preliminar, é o mais alto já registrado no país desde fevereiro de 1974 e marca o quinto mês consecutivo de crescimento.
Dados separados do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações mostrou que a taxa de desemprego situou-se em 2,8% em julho em termos anualizados, mesmo índice registrado no mês anterior, ou sem ficou inalterado em relação a junho.
Por outro lado, a despesa média mensal, um indicador chave do consumo privado, caiu 0,2 por cento em termos anualizados, para 279.197 ienes. Apesar da queda, o ministério manteve sua avaliação de que “há uma tendência de recuperação no mercado”.
Os dados sinalizam uma imagem mista da economia, que cresceu 4.0% a uma taxa anualizada em termos reais no trimestre de abril a junho, quando consumidores e empresas intensificaram os gastos.
Contudo, economistas continuam céticos quanto aos níveis tão altos de crescimento, já que eles foram impulsionados por uma modesta melhora na fraca demanda doméstica.
“As empresas enfrentam escassez de mão-de-obra”, disse Yusuke Shimoda, economista chefe do Japan Research Institute. “Quando indicadores mostram um crescimento contínuo de vagas em relação a oferta de empregos, isso indica que as oportunidades de trabalho não estão sendo preenchidas, o que prejudica o crescimento do país”, avaliou o economista.
Esse “problema” levou o governo a encorajar mais pessoas, em particular as mulheres, a se juntarem à força de trabalho. Com isso, a taxa de desemprego para as mulheres caiu 0,2 pontos percentuais, para 2,5% em julho ante junho, a menor nível desde 1993. Já a taxa para os homens aumentou 0,2 pontos, para 3,1% na mesma base de comparação.
O resultado encorajou o ministério a manter sua avaliação de que “as condições de emprego estão melhorando de forma constante”.
Os dados mostram ainda que o número de desempregados aumentou 0,5 por cento, ou 10.000, em julho na comparação com o mês anterior, para 1,90 milhão. Isso quer dizer que o país tinha 65,45 milhões de trabalhadores em julho, um aumento de 140 mil, ou 0,2%, de acordo com o ministério.
Economistas dizem que um mercado de trabalho apertado deve encorajar aumentos de salário à medida que as empresas buscam garantir a mão-de-obra. Mas, até agora, o crescimento dos salários reais tem mostrado fraqueza.
O levantamento de estatística do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações em relação a despesas dos lares mostra que a renda média das famílias assalariadas com duas ou mais pessoas cresceu 3,5% em julho na comparação com o mesmo mês do ano anterior, para 598.042 ienes, mascando o segundo mês consecutivo de alta.
A despesa dos lares é um indicador fundamental para avaliar a tendência do consumo privado, que no Japão representa cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Embora a um ritmo muito moderado, vimos alguns movimentos positivos em termos de crescimento salarial, o que tem ajudado o consumo, mas ainda não é o bastante”, disse Shimoda.
Em julho, os gastos com educação, saúde e serviços médicos e habitação recuaram significativamente. Os consumidores aumentaram os gastos com serviços de transporte e comunicações, bem como com vestuário e sapatos, mostram os dados do Ministério dos Assuntos Internos.
Da Agência Kyodo
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