O dólar fechou em queda pela segunda sessão seguida nesta quarta-feira (13), acompanhando o movimento no exterior após dados melhores que o esperado da balança comercial da China, o que ajudou reduzir a aversão a risco nos mercados e abriu espaço para uma recuperação das moedas emergentes frente à divisa dos EUA.
Ao término das negociações de hoje, o dólar estava cotado a R$ 4,0109 na venda, queda de 0,85%, após chegar a R$ 3,9710 na mínima do dia.
Cenário externo
As importações chinesas recuaram 7,6% em dezembro, comparado com um ano antes, inferior à queda de 11% esperada pelo mercado. O dado de exportação também surpreendeu positivamente. As exportações da China recuaram 1,4% em dezembro, comparando com o mesmo período do ano passado, abaixo da queda de 8% prevista pelos analistas.
Os investidores, contudo, seguem cautelosos em relação ao ritmo de crescimento da segunda maior economia do mundo. “O que vimos foi uma pausa no movimento de aversão a risco verificado na semana passada. Não acredito em uma nova onda de desvalorização da moeda chinesa tão cedo, o que pode até trazer um alívio para as moedas emergentes”, afirma o diretor de mercados emergentes e estratégia do Citibank em Londres, Luis Costa, ao ‘Valor Online’.
“Entretanto, a China tem adotado uma estratégia de ‘stop and go’ [anda a e para] em relação à desvalorização do câmbio e é difícil saber o que determina esses movimentos”, avalia o diretor.
Contexto local
No mercado de câmbio brasileiro, operadores avaliavam que as cotações tendem a continuar instáveis em meio ao cenário local incerto.
O foco mais imediato é a reunião do Banco Central da semana que vem, com expectativa da maioria de alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), para 14,75% ao ano.
O fluxo cambial da primeira semana de janeiro, encerrada no dia 8, ficou negativo em US$ 1,112 bilhão, resultado de uma saída líquida de US$ 1,948 bilhão da conta financeira e de uma entrada líquida de US$ 836 milhões na conta comercial, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central.
O BC ainda recomprou US$ 10 milhões, no dia 4 de janeiro, referente a venda de dólares por meio de leilões de linha com compromisso de recompra.
Atuações do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central realizou mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos.
Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 4,511 bilhões, ou cerca de 43% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.
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