Japão envia navios de guerra à península coreana

As movimentações militares no Mar da China em direção à Coreia aumentam o temor de um conflito armado.
Navios de guerra do Japao Foto Creative Commons YU8572
Esquadra Naval do Japão | Foto: Arquivo / Creative Commons

O Japão está enviando navios de guerra para a península da Coreia, onde se juntarão ao porta-aviões nuclear norte-americano “Carl Vinson” para exercícios militares, revela o jornal britânico “The Guardian”.

As movimentações militares no Mar da China em direção à Coreia são uma demonstração de poderio militar para forçar o regime de Kim Jong-Un a aceitar um acordo sobre o desenvolvimento de um programa nuclear e de mísseis balísticos.

Os exercícios entre as forças militares do Japão, EUA e Coreia do Sul vão envolver manobras conjuntas com helicópteros e melhoria das capacidades de detecção e seguimento do mísseis lançados pela Coreia do Norte.

Ainda assim, a diplomacia japonesa, que não detalhou o número de navios que estão sendo enviados à península, afirma que o perigo de conflito armado não é iminente, já que o Governo dos EUA não lançou qualquer tipo de informação para os seus cidadãos na Coreia do Sul, conforme noticiou o ‘The Guardian’.

O porta-aviões de propulsão nuclear “Carl Vinson” suspendeu esta semana uma visita à Austrália e dirige-se para águas próximas da Coreia do Norte. A mudança de rumo do “Carl Vinson” acontece depois da reunião do Presidente norte-americano, Donald Trump, com o homólogo chinês, Xi Jinping, para discutir a necessidade de evitar novas provocações de Pyongyang, aliado de Pequim.

Porta avioes USS Carl Vinson Foto Kyodo EPA
Porta-aviões USS Carl Vinson (Foto: Kyodo/EPA)

Já depois de uma reunião com o presidente chinês, Donald Trump publicou na terça-feira uma mensagem no Twitter onde afirma que a “Coreia do Norte está à procura de contendas” e que os EUA estão dispostos a “resolver o problema”.

Em duas mensagens seguidas na rede social preferida para comunicar com o Mundo, o presidente dos EUA afirmou que seria “ótimo” se a China ajudasse a resolver a questão com Pyongyang, mas que, se tal não acontecer, os Estados Unidos “vão resolver o problema”.

A China já se comprometeu com a “desnuclearização da península da Coreia”, num esforço para salvaguardar a paz e estabilidade na região, revela a televisão estatal CCTV.

Japão teme ataque
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou nesta quinta-feira que a Coreia do Norte pode ter capacidade para lançar mísseis com gás sarin, no momento em que a comunidade internacional admite que pode estar iminente um novo ensaio nuclear.

“Há uma possibilidade de a Coreia do Norte já ser capaz de disparar mísseis com ogivas de sarin”, disse Abe durante uma comissão parlamentar sobre segurança nacional e diplomacia, citado pela imprensa japonesa.

Na última terça-feira (11), a Coreia do Norte condenou o envio do porta-aviões norte-americano para a península coreana e advertiu estar preparada para responder a um “ataque preventivo”.

“Se os Estado Unidos se atreverem a optar por uma ação militar, ao clamar por um ‘ataque preventivo’ ou por ‘destruir o nosso quartel-general'”, a Coreia do Norte “está pronta para reagir perante qualquer forma de guerra” por Washington, afirmou a agência estatal de notícias norte-coreana KCNA.

“Vamos realizar o contra-ataque mais duro, contra os provocadores, para nos defender mediante a poderosa força das armas e para mantermos o caminho feito por nós mesmos”, referiu o texto.

*A matéria original foi publicada nesta quinta-feira pelo ‘Jornal de Notícias’, de Portugal, citando como fontes a agência de notícias portuguesa ‘Lusa’ e o jornal britânico ‘The Guardian’.

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