Japão adia cúpula trilateral com Coreia do Sul e China

O adiamento é por conta do impeachment da presidente sul-coreana Park Geun-hye.
Bandeiras de Japao China Coreia do Sul Foto Shutterstock 30 11 2014
Foto: Shutterstock

Diante do processo de impeachment da presidente sul-coreana Park Geun-hye, “o governo do Japão decidiu por bem adiar uma cúpula trilateral com a China e a Coreia do Sul”, programada para ocorrer este mês em Tóquio, afirmou nesta terça-feira (13) o chanceler japonês Fumio Kishida.

“O governo [Japão] decidiu protelar o encontro após o Parlamento sul-coreano ter votado pelo impeachment de Park”, disse Kishida durante uma coletiva de imprensa nesta manhã em Tóquio.

Kishida afirmou à imprensa que “os governos de Pequim e Seul foram antecipadamente notificados do adiamento”. Ele explicou que ”o Executivo japonês irá coordenar programações e sediar o encontro em um momento adequado em 2017”.

Apesar do adiamento, Kishida observou que o diálogo entre os três países é extremamente importante e que, portanto, “espera que o encontro possa acontecer o mais breve possível”.

Presidente sul-coreana é destituída após aprovação de impeachment
Na última sexta-feira (9), o Parlamento da Coreia do Sul aprovou o processo de impeachment da presidente Park Geun-hye, envolvida em escândalos de corrupção e tráfico de influência, suspendendo assim seus poderes.

O impeachment foi aprovado por 234 votos a favor e 56 contrários. Logo após a votação, ela pediu desculpa ao país por “negligência” e disse esperar que a confusão em torno da crise política no país seja resolvida, acrescentando que ela se prepararia para uma revisão judicial do processo de afastamento.

A Corte Constitucional irá ainda decidir se confirma o impeachment de Park ou se rejeita o pedido do Parlamento, controlado pela oposição. O primeiro-ministro do país, Hwang Kyo-ahn, assumiu o posto de Park interinamente, durante o período de julgamento no tribunal, que pode levar até 180 dias.

Kyo-ahn afirmou que faria o seu melhor para garantir um governo estável capaz de funcionar. E ainda pediu que autoridades financeiras tomassem medidas preventivas para evitar volatilidade nos mercados.

A presidente, de 64 anos, pediu desculpas ao povo em uma reunião com seus ministros e os exortou a trabalhar com o premiê para evitar qualquer vácuo nas questões de segurança nacional e da economia.

Para além de provocar instabilidade política dentro do próprio país, o impeachment da presidente da Coreia do Sul deixa apreensiva uma região do planeta obrigada a conviver com a instabilidade e as ameaças da vizinha Coreia do Norte – uma das nações mais fechadas do mundo que busca, a todo custo e apesar da imensa pressão internacional, construir o próprio arsenal nuclear.

A instabilidade que um prolongado processo de impeachment pode acarretar riscos também à geopolítica da região. Uma fonte da Defesa dos EUA afirmou que a Coreia do Norte desenvolveu capacidade de instalar uma ogiva nuclear em um míssil e lançá-lo. Mas que ainda não consegue orientá-lo para o alvo. Desde 2006, Pyongyang efetuou cinco testes nucleares. Além disso, fez, pelo menos, 25 lançamentos de mísseis balísticos, violando resoluções da ONU.

No mês passado, Coreia do Sul e Japão assinaram em Tóquio um acordo para compartilhar inteligência em defesa, grande parte impulsionado pela crescente ameaça de programas nucleares e de mísseis norte-coreanos. E, no começo deste mês, a Coreia do Sul e o Japão anunciaram novas sanções contra a Coreia do Norte, em resposta ao programa nuclear de Pyongyang.

Fontes: NHK News Japan | Agência Kyodo | Agência Reuters | Agência AFP.

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